Clube da Esquina recebe homenagem e lança livro na ALMG

Um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil comemora 40 anos em Reunião Especial de Plenário.

20/05/2013 - 17:19 - Atualizado em 24/05/2013 - 11:31

Nesta segunda-feira (27/5/13), às 20 horas, o Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) abre suas portas para homenagear um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil: o Clube da Esquina, que nasceu em Belo Horizonte, na década de 1960, capitaneado por Milton Nascimento e Lô Borges. Durante a Reunião Especial, que foi solicitada pelo deputado Luiz Henrique (PSDB), será lançado o livro “Clube da Esquina - 40 anos”, que revive os principais fatos do grupo e relembra o álbum duplo de mesmo nome, gravado em 1972. A solenidade deve contar com a presença de Milton e de outros integrantes do grupo.

Com 248 páginas, a obra é organizada por Márcio Borges, irmão de Lô e também um dos fundadores do clube, e editada em parceria da ALMG com a Imprensa Oficial. O livro traz fotos do grupo, letras de músicas e depoimentos dos participantes do movimento. Rememora a trajetória do Clube da Esquina dos anos de 1960 a 1980, décadas marcadas por grandes transformações culturais, políticas e econômicas. São memórias que remontam à chegada de Milton à Capital mineira e seu encontro com Lô, as primeiras parcerias do grupo e os mais recentes participantes.

Como se trata de uma edição comemorativa e limitada, durante o evento na ALMG ocorrerão sorteios de cerca de cem exemplares. Quem não for sorteado, poderá preencher na hora um cadastro disponibilizado por equipe da Imprensa Oficial para posteriormente adquirir um exemplar.

Registros históricos de uma época de ebulição cultural

A obra registra depoimentos dos pioneiros do Clube da Esquina, Wagner Tiso, Ronaldo Bastos, Tavito, Nivaldo Ornellas, entre outros que se agregaram ao grupo e contribuíram para o movimento. Caetano Veloso assina a introdução do livro com uma impressão peculiar: “em Minas o caldo engrossa, o tempero entranha e o sentimento se verticaliza”.

"Clube da Esquina – 40 anos" tem ainda apresentações do governador Antonio Anastasia, do senador Aécio Neves (PSDB-MG), do presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), do deputado Luiz Henrique e do diretor-geral da Imprensa Oficial, Eugênio Ferraz. “Este livro é o reconhecimento da Casa do povo mineiro ao grande momento vivido por nossa cultura popular naquele histórico ano de 1972”, destaca Dinis Pinheiro. “Minas se vê sempre refletida em um clube gigantesco de cada esquina de um coração inteiro”, comenta Luiz Henrique.

“Esta preciosa publicação narra, ilustra e revive a memória das principais personagens que ajudaram a construir essa bela história que tanto orgulha os mineiros”, ressalta Antonio Anastasia. “O Clube da Esquina é música do mundo, é música de Minas”, reforça Aécio Neves. “Nada mais fácil que a difícil tarefa de juntar palavras e melodias como neste caso, associando e entrelaçando a Imprensa Oficial, das letras, o Clube da Esquina, das músicas, e a sensibilidade da Casa do Povo de Minas em um projeto que poderia se chamar Letras & Músicas”, escreve Eugênio Ferraz.

Movimento nasceu em Santa Tereza

O movimento nasceu no início dos anos de 1960, no bairro boêmio de Santa Teresa, em Belo Horizonte, onde jovens músicos começaram a se encontrar nas esquinas do local para produzir um som inovador. Inicialmente o grupo foi formado por Milton Nascimento, Wagner Tiso, Fernando Brant, Márcio Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga. Em plena época de grandes mudanças no cenário musical mundial, os garotos testavam inovações trazidas pela Bossa Nova e elementos do jazz, do rock’n’roll (inspirados, principalmente, pelos Beatles), da música folclórica dos negros mineiros e de alguns recursos das músicas erudita e hispânica.

A irreverência daqueles jovens e o alto nível de qualidade de seu som consolidou-se numa linguagem própria desses mineiros que ganhou o mundo em 1972, com o lançamento do disco “Clube da Esquina”, assinado por Milton Nascimento e Lô Borges.

Ao longo da história, a turma mineira foi agregando outros grandes músicos e compositores, como Flávio Venturini, Beto Guedes, Chico Buarque, Nelson Angelo e Joyce. Os integrantes também despontaram em carreiras solo, mas mantendo o contato que foi, depois, repetido no segundo disco - "Clube da Esquina 2", lançado em 1978.