A Comissão de Saúde debateu o assunto em audiência pública nesta terça-feira (14)
Thadeu Provenza (à dir.) apresentou projeto de prevenção e diagnóstico precoce
Parlamentares defenderam melhor preparo técnico de médicos e demais agentes de saúde

Prevenção é melhor arma contra o câncer, dizem especialistas

Projeto de conscientização e qualificação para o diagnóstico, orçado em R$ 1 milhão, aguarda aprovação da Fapemig.

14/05/2013 - 14:04

O número de diagnósticos de câncer de mama no Brasil em 2013 deve chegar a 52 mil. Desses, 13 mil devem levar suas portadoras à morte. A previsão é do presidente do Conselho Superior da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Roberto Porto Fonseca. Ele foi um dos convidados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que, a requerimento do deputado Carlos Pimenta (PDT), debateu o assunto em audiência pública nesta terça-feira (14/5/13).

As melhores armas para combater o problema, segundo Fonseca, são a prevenção e o diagnóstico precoce. Desde que o exame de mamografia seja feito no tempo adequado, a redução da doença pode chegar a 20%, disse ele. “Para cada real gasto em prevenção, são economizados quatro reais em tratamento”, acrescentou.

Projeto – Um projeto de prevenção e diagnóstico precoce, desenvolvido pela Associação de Prevenção do Câncer da Mulher (Asprecam), foi apresentado pelo superintendente da entidade, Thadeu Rezende Provenza. Trata-se da criação de um centro de tecnologia social para a promoção da qualidade de vida da mulher, por meio do programa Mamamiga, com ações de conscientização e qualificação profissional no Sistema Único de Saúde (SUS) no maior número de municípios mineiros.

Provenza informou que o projeto, orçado em R$ 1 milhão, chegou a ser aprovado em 2009 pelo Ministério da Saúde, que exigiu a participação do Estado com 50% desses recursos, o que não aconteceu, segundo ele. No ano passado, a Asprecam elaborou um projeto de pesquisa para obter a verba junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e ainda aguarda resposta. O deputado Carlos Pimenta se comprometeu a procurar o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, para discutir o assunto. “O programa tem que deslanchar”, declarou.

Estado tem equipamentos suficientes, diz técnico

O representante do Programa de Controle do Câncer de Colo de Útero e Mama da Secretaria de Estado de Saúde, Elói Martins, afirmou que, em 2012, o Estado realizou 577 mil mamografias, graças ao reforço de seis unidades móveis equipadas com mamógrafos, que percorreram todas as regiões de Minas. “Não falta estrutura para fazer o exame”, assegurou.

O maior problema, de acordo com ele, é a falta de consciência da mulher sobre a necessidade de realizar o exame. André Luiz Gomes, coordenador-geral de Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, concordou, acrescentando que o medo é outro fator que impede muitas mulheres de se submeterem à mamografia.

Já o deputado Pompílio Canavez (PT) ressaltou que, apesar de existirem equipamentos disponíveis, há carência de profissionais capazes de operá-los.

O deputado Hely Tarqüínio (PV) também defendeu melhor preparo técnico dos médicos e demais agentes de saúde. A mesma opinião foi manifestada pelo presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais, João Henrique Penna Reis. Segundo ele, atualmente há muita rotatividade de profissionais, seja devido à má remuneração, seja por causa das condições de trabalho desfavoráveis. Por isso, afirmou, pessoas treinadas se desligam do trabalho e muito do conhecimento acumulado se perde.

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