Uma apresentação sobre os investimentos realizados pelo Governo do Estado na área da mobilidade urbana marcou a sexta reunião preparatória para o Fórum Técnico Mobilidade Urbana – Construindo Cidades Inteligentes, ocorrida nesta sexta-feira (12/4/13), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião, que contou com a presença de 50 representantes de órgãos e entidades ligadas ao assunto e foi dirigida pelo deputado Paulo Lamac (PT), discutiu ainda sugestões de palestrantes para o Ciclo de Debates, momento do fórum agendado para o início de junho.

A assessora da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), Maria da Consolação Gomes Galvão, fez uma apresentação sobre os projetos da secretaria pertinentes à mobilidade urbana. Segundo ela, são iniciativas que estão em andamento e que têm recursos garantidos. Foi exibido um vídeo sobre terminais metropolitanos, que possibilitarão a redução do tempo de espera até o centro de Belo Horizonte em até 30 minutos e terão impacto positivo no trânsito da capital.

O vídeo ressaltou também o Transporte Rápido por Ônibus (BRT), em implantação na Capital mineira, com integração a alguns dos terminais metropolitanos, além da renovação da frota. De acordo com Consolação, serão investidos cerca de R$ 187 milhões nos terminais metropolitanos.

Além dessas medidas, ela destacou o projeto do Rodoanel e a implantação das linhas 2 e 3 do metrô, uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, o Estado e a União, com recursos garantidos.

Palestrantes - Na reunião, foram indicados, para avaliação, em torno de 20 nomes de palestrantes para o Ciclo de Debates, que tem o objetivo de nivelar as informações sobre mobilidade urbana conforme os quatro eixos temáticos definidos.

Confira os painéis e temas que orientaram as sugestões: 

Participantes destacam aspectos a serem considerados

Falando a respeito do perfil dos participantes, o deputado Paulo Lamac (PT) destacou a importância de que os contrapontos estejam na essência da composição dos painéis. “Sempre que possível, os expositores devem apresentar pontos de vista complementares ou divergentes. Essa composição, pautada nos contrapontos, possibilita um dinamismo maior e uma discussão mais franca”, observou. Para o parlamentar, no painel que trata do transporte coletivo, seria interessante a diferenciação dos modais e, dessa forma, que os interessados em cada um deles os apresente e defenda.

Frederico Guimarães, do Núcleo Jurídico da PUC Minas, contextualizou que a discussão sobre mobilidade urbana deve considerar a integração com as políticas de habitação, meio ambiente e lazer. Ele disse que os palestrantes devem ainda ter uma bagagem teórica e prática sobre o assunto.

O economista e consultor do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Luciano Medrado, sugeriu que as indicações considerem profissionais que tenham viés acadêmico e, ainda, um contraponto fora da academia. “Há uma distância grande entre o conhecimento acadêmico e a aplicação dessa sabedoria”, afirmou.

Fiscalização - O gerente de Fiscalização do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), Ronaldo de Assis Carvalho, destacou que o departamento gostaria de participar do tema Desafios da Efetividade do Planejamento em Mobilidade Urbana: financiamento, fiscalização e controle social. “Nós não queremos ser tratados como aqueles que só dificultam. Queremos participar e dialogar porque o descumprimento das determinações implicará em penalidades”, disse.

Francisco de Assis Maciel, da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de Belo Horizonte, explicou a importância do controle social, um dos temas do evento. “É ter transparência nas iniciativas e instâncias de participação popular. É fundamental para que todos os propósitos da mobilidade urbana tenham êxito”.

Uma das discussões levantadas no encontro desta sexta foi sobre a qualificação e o treinamento de quem trabalha no trânsito, como os motoristas. De acordo com Paulo Bretas, assessor da presidência da Assembleia Legislativa, é preciso fiscalizar o treinamento, entender o que está sendo ensinado. “Essas pessoas são levadas a um grau de exaustão, no final do dia estão indignadas com as situações de trabalho”, afirmou.

Para Ronaldo, do DER-MG, “o Serviço Social do Transporte (SEST) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT) fazem um bom trabalho de treinamento, mas ocorre às vezes de o motorista negligenciar o que foi ensinado”.

Próximo encontro - Ficou definido que na próxima sexta-feira (19), às 9h30, acontecerá a 7ª reunião preparatória.