Participantes divergiram quanto à proposta de praça integrada entre os municípios de Belo Horizonte, Confins e Lagoa Santa
Roberto Félix de Souza (à esq.) relembrou convênio realizado nos mesmos moldes

Circulação de táxis no aeroporto de Confins divide opiniões

Convênio para regular transporte por táxi entre BH, Confins e Lagoa Santa foi discutido em reunião nesta terça (2).

02/04/2013 - 15:50

Deputados, autoridades e representantes dos taxistas ainda não chegaram a um consenso sobre a assinatura de convênio que possibilitaria a livre circulação de táxis de Belo Horizonte, Lagoa Santa e Confins nos limites dos três municípios. O assunto foi discutido em reunião com convidados da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (2/4/13).

O autor do requerimento da reunião, deputado João Vítor Xavier (PEN), assim como todos os presentes, destacou a situação do serviço de táxi no Aeroporto Internacional de Confins. Atualmente um taxista da Capital só está autorizado a levar passageiros de Belo Horizonte para o aeroporto, sendo obrigado a retornar com seu veículo vazio. O inverso vale para os taxistas de Lagoa Santa e Confins, que podem transportar passageiros do aeroporto para BH, mas precisam retornar sem clientes para seus municípios.

Segundo João Vítor Xavier, um consórcio que integraria o serviço de táxi das três cidades traria benefícios tanto para os taxistas quanto para os cidadãos. “Com maior oferta e demanda de serviços, as tarifas dos táxis poderiam ser reduzidas sem alterar os ganhos dos motoristas. Além disso, pensando no meio ambiente e na mobilidade urbana, é um absurdo um táxi circular vazio”, afirmou.

O deputado Ivair Nogueira (PMDB) também abordou os impactos da circulação de táxis sem clientes para a mobilidade urbana, uma das prioridades da Assembleia neste ano. Ele concordou com a necessidade de integração do transporte por táxi, seguindo o modelo de consórcios já adotados com outras cidades. “Como o realizado com a Prefeitura de Sabará, onde havia dois pontos distintos na mesma rua para taxistas do município e de BH”, acrescentou a diretora de Atendimento e Informação da BHTrans, Jussara Bellavinha.

O deputado Anselmo José Domingos (PTC) relembrou seu passado como taxista, para defender que as prefeituras dialoguem e se entendam em relação ao conteúdo do convênio. O parlamentar lembrou que é melhor as partes envolvidas analisarem os prós e os contras da integração dos serviços do que esperar uma regulação de cima para baixo por parte do Estado.

Autoridades divergem quanto à necessidade de convênio entre os municípios

O diretor de Transportes da Prefeitura de Lagoa Santa, Roberto Félix de Souza, fez algumas ponderações a respeito da proposta de praça integrada entre os municípios. “A Prefeitura de Lagoa Santa já realizou um convênio nos mesmos moldes no passado e não deu certo. Os taxistas da cidade eram ameaçados em Belo Horizonte, e as filas de carros eram enormes no aeroporto”, disse.

As mesmas preocupações demonstrou o chefe de gabinete do prefeito de Confins, Claudinei Elton Ribeiro dos Santos. “Já se tentou um acordo com a BHTrans no passado e nada foi resolvido. Não somos contra o acordo, desde que ele não atinja os atuais concessionários”, concluiu.

Já o diretor de Fiscalização do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), João Afonso Baêta Costa Machado, defendeu o convênio, por causa do crescimento exponencial da demanda no aeroporto. “O DER formulou um documento para a Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop) com opções para o acordo. Nós prestaremos todo o auxílio técnico necessário”, ressaltou.

Acordo também é polêmico entre os taxistas

“Há uma invasão de táxis de Confins em BH, que circulam livremente sem serem fiscalizados”. Assim abriu a sua fala o presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Minas Gerais (Sincavir-MG), Dirceu Efigênio Reis, que ainda afirmou que, mesmo quando eram autorizados, os taxistas da Capital eram prejudicados na disposição de seus veículos no aeroporto. Para ele, o convênio precisa ser assinado urgentemente.

O diretor da cooperativa Minas Táxi de Lagoa Santa, Ivan de Souza, resumiu bem o pensamento contrário à integração dos serviços. “Nos aeroportos de Congonhas e de Guarulhos, os táxis locais atendem a uma demanda bem maior do que a nossa. Não existe a necessidade de acrescentar a concorrência de Belo Horizonte ao serviço prestado em Confins”, afirmou.

Consulte o resultado da reunião.