Deputados buscam solução para curso de Medicina da UninCor
Em visita ao reitor da universidade, parlamentares e Ministério Público sugeriram um termo de ajustamento de conduta.
19/03/2013 - 14:56 - Atualizado em 19/03/2013 - 19:30Deputados das Comissões de Saúde e de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) conseguiram, nesta terça-feira (19/3/13), abrir uma possibilidade para que o curso de Medicina da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) em Belo Horizonte volte a funcionar o mais breve possível. O curso foi desativado pelo Ministério da Educação (MEC) na última sexta-feira (15), após a constatação de uma série de irregularidades.
Em visita ao reitor e a outros dirigentes da universidade, na Capital, parlamentares e Ministério Público idealizaram a elaboração de um termo de ajustamento de conduta, a fim de convencer o MEC a autorizar a reabertura do curso. O encontro teve ainda a presença de estudantes, líderes sindicais e do representante do Ministério Público, o promotor de Justiça Gilmar de Assis.
Mantida pela Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE), a UninCor possui unidades em Belo Horizonte, Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Pará de Minas (Região Central) e Três Corações (Sul de Minas). Na Capital, funcionam os cursos de Medicina, com 300 alunos, e Odontologia, com 87. O reitor da instituição, Marcelo Junqueira, explicou que, a partir de 2010, a universidade entrou em colapso gerencial devido ao que chamou de “crises sucessivas de administração” por parte da empresa designada pelo Ministério Público para geri-la, a BDO/Trevisan.
Junqueira relatou que, em meados de 2011, a UninCor voltou a ser administrada pela FCTE, que iniciou um trabalho de recuperação da universidade. Dos 23 pontos de deficiências apontados pelo MEC em 2009, apenas sete, segundo ele, ainda não apresentaram melhoria. “Nossa grande dificuldade hoje é a parte financeira”, explicou.
Futuro – Após a manifestação de vários alunos, que se queixaram da falta de professores e de estrutura física, os deputados conduziram a reunião com o objetivo de propor iniciativas para contemplar os interesses dos estudantes e da direção da universidade. Assim, ficou combinada a formação de uma comissão, com representantes de todas as partes interessadas, para elaborar um termo de ajustamento de conduta contendo ações e cronogramas bem definidos. Além disso, haverá uma reunião com secretários municipais de Saúde para que seja viabilizada a realização de estágios profissionalizantes para os alunos nas unidades de saúde de cidades como Sabará e Contagem, na Grande Belo Horizonte.
Os presidentes das Comissões de Saúde, deputado Carlos Mosconi (PSDB), e de Educação, deputado Duarte Bechir (PSD), deixaram claro aos presentes que a Assembleia Legislativa vai participar ativamente das negociações para manter o curso de Medicina da UninCor em funcionamento. Caso isso não seja possível, os esforços serão no sentido de reivindicar a transferência dos alunos para outras instituições.
Os deputados Arlen Santiago (PTB), Celinho do Sinttrocel (PCdoB), Elismar Prado (PT), Bosco (PTdoB) e a deputada Maria Tereza Lara (PT) se solidarizaram com os estudantes e também se colocaram à disposição para ajudar no que for necessário. “Vamos sanar a instituição e voltar a oferecer um serviço de qualidade”, prometeu o reitor Marcelo Junqueira.
Plenário - Na Reunião Ordinária de Plenário da tarde desta terça-feira (19/3/13) diversos parlamentares elogiaram a perspectiva de uma solução, por meio da assinatura de um termo de ajustamento de conduta no Ministério Público, para o drama vivido pelos alunos de Medicina da UninCor. Duarte Bechir lembrou que, sob nova administração, a instituição pode agora finalmente se recuperar e não deixar os estudantes desamparados.
Segundo o parlamentar, em alguns casos, uma transferência para outra instituição poderia custar, na melhor das hipóteses, a perda de dois períodos (semestres), ou um ano de estudos, devido às diferenças de currículos entre instituições. O parlamentar recomendou que, a partir de agora, a Assembleia passe a monitorar os cursos de Medicina que funcionam em Minas Gerais para que, no futuro, os universitários mineiros não sejam novamente surpreendidos.
Já Carlos Mosconi lembrou que o termo de ajustamento de conduta facilitará a transferência dos alunos ou a continuidade do curso de Medicina. “Alunos e pais estão hoje profundamente angustiados com essa situação. Afinal, pagaram mensalidades de até R$ 4 mil por um curso quase virtual”, definiu. Por sua vez, Bosco lembrou a importância histórica da Unincor na formação de várias gerações de profissionais mineiros. “O Ministério da Educação já anunciou que não está liberando outros cursos de Medicina. Por isso, temos que cuidar daqueles que já temos”, alertou.