Reunião da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial em Medeiros (Centro-Oeste) efetivou conquista dos produtores de queijo canastra
Entidades representativas da juventude debateram projeto de lei com comissões parlamentares

Encontros no interior promovem participação da sociedade

Regulação da produção de queijo artesanal é exemplo de parceria entre Legislativo e produtores agroindustriais.

20/12/2012 - 09:31

O dia 27 de abril de 2012 foi um marco para os produtores do queijo canastra, no Centro-Oeste de Minas Gerais. Neste dia, em reunião promovida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por meio da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, os produtores de sete municípios da região receberam o Certificado de Indicação Geográfica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A reunião aconteceu no município de Medeiros, um dos sete que receberam o certificado, ao lado de Piumhi, Bambuí, Tapiraí, São Roque de Minas, Vargem Bonita e Delfinópolis.

A reunião realizada no pequeno município do Centro-Oeste é um dos exemplos do esforço da ALMG para levar seu trabalho de representação ao interior do Estado, por meio das comissões parlamentares. O presidente da Associação de Produtores de Queijo Minas Artesanal da Serra da Canastra (Aprocan), João Carlos Leite, falou em nome dos muitos produtores que compareceram ao evento, classificando o certificado como “um sonho realizado”.

O certificado, segundo Leite, é um passo decisivo na luta para rever o emaranhado de normas que regem o setor. Regras que, por exemplo, permitem a venda de queijo de leite cru francês mas dificultam o comércio de produto semelhante feito em Minas. Para discutir soluções para problemas como esse, a Assembleia de Minas se envolveu no debate e aprovou o Projeto de Lei (PL) 1.702/11, de autoria do deputado Antônio Carlos Arantes (PSC), presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial. O projeto, transformado na Lei 20.549, de 2012, determina que o Estado crie mecanismos financeiros de apoio e incentivo à adequação dos estabelecimentos de produção do queijo minas artesanal e ao desenvolvimento de programas de qualificação técnica do produtor.

Café – Assembleia e sociedade discutiram outras questões importantes para o desenvolvimento do Estado. Em 26 de abril, produtores de café se reuniram na Assembleia para cobrar ações do Governo Federal para minimizar as perdas geradas pela desvalorização do produto. Também a convite da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, eles discutiram o PL 2.781/12, do governador, que institui o Fundo Estadual do Café (Fecafé). O fundo apoiará financeiramente os planos e ações relacionados à cadeia produtiva do café. O Projeto foi transformado na Lei 20.313, de 2012.

Juventude – Outro encontro que incorporou a sociedade à discussão de um projeto de lei foi promovido por duas comissões, a de Participação Popular e a de Esporte, Lazer e Juventude. Em 14 de junho, elas debateram a reformulação do Conselho Estadual da Juventude, proposta no PL 3.077/12, do governador. Sugestões de entidades que representam a juventude foram incorporadas ao texto, que deverá ser votado em 2013. Dessa maneira, são propostos critérios mais democráticos para escolha das entidades que compõem o órgão. Também são criadas vagas adicionais para incorporar presidentes dos conselhos municipais, a fim de ampliar a representatividade regional do conselho.

Fiscalização – Além de serem uma etapa fundamental de análise dos projetos de lei e outras proposições, exercendo um papel de representação e de incentivo à participação popular, as comissões parlamentares também são um dos mecanismos de fiscalização das atividades que afetam o bem comum.

Um exemplo de ação desse tipo ocorreu em 29 de agosto, quando a Comissão de Segurança Pública da ALMG visitou o Instituto Médico Legal (IML), verificando condições de trabalho insalubres e problemas de infraestrutura. A lista de deficiências incluía falta de ventilação e exaustão em diversas salas; falta de segurança em locais onde havia materiais inflamáveis e onde eram armazenadas evidências criminais; infiltrações e equipamentos sucateados. Como resultado, o Governo do Estado se comprometeu a realizar reformas no local e a substituir equipamentos, em correspondência oficial encaminhada à Assembleia, em setembro, e lida em reunião da comissão.

Até 14 de dezembro, as comissões da ALMG realizaram 271 audiências públicas, seis debates públicos e 49 visitas. Houve 78 reuniões no interior do Estado, em um esforço para aproximar o Legislativo estadual da população das cidades mais distantes da Capital. O total de convidados ouvidos foi de 2.085.