Plenário aprova PL que cria a Capital do Tropeirismo
Projeto que confere o título à cidade de Itabira, na Região Central, é aprovado pelo Plenário em 1º turno.
19/12/2012 - 16:18O Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou em 1º turno, durante Reunião Extraordinária na manhã desta quarta-feira (19/12/12), o Projeto de Lei (PL) 2.573/11, do deputado Gustavo Valadares (PSD), que confere ao município de Itabira (Região Central) o título de Capital Estadual do Tropeirismo. A proposição foi aprovada com a emenda nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e a emenda nº 2, da Comissão de Cultura.
A emenda nº 1, da CCJ, determina a supressão do parágrafo único do artigo 1º da proposição, que dispõe, de forma impositiva, que o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado destine recursos orçamentários e pratique ato administrativo específico. Para a CCJ, isso resultaria na ingerência do Poder Legislativo em competência constitucional privativa do Poder Executivo. Já a emenda nº 2, da Comissão de Cultura, estabelece que cabe ao Executivo, no âmbito de sua competência constitucional e legal, proceder a estudos e tomar as providências necessárias para a efetivação da titularidade.
Segundo o autor da proposição, Itabira foi rota de tropeiros que se dirigiam de Ouro Preto a Diamantina utilizando-se de uma das mais importantes vertentes da Estrada Real. O município sempre foi conhecido como a cidade do ferro, por ter sido o local de origem da Companhia Vale do Rio Doce. E ainda como a cidade das esmeraldas, do ouro, do paládio, da prata, do quartzo e do granito e como a terra natal do poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade.
No entanto, segundo justifica Gustavo Valadares, no distrito de Ipoema está ressurgindo uma das manifestações culturais mais antigas e tradicionais do Brasil: o tropeirismo. Fundado em 13 de abril de 1893, o distrito de Ipoema, cujo nome primitivo era Santo Afonso da Aliança, funcionou como famoso entreposto comercial e fazia parte de uma espécie de corredor de escoamento de produtos agrícolas do Norte de Minas para a cidade do Rio de Janeiro, antiga Capital Federal.
Em Ipoema está sediado também o Museu do Tropeiro, criado em 2003, originário de uma exposição organizada para receber a expedição Spix & Martius, cujo objetivo era fazer um levantamento do patrimônio cultural e natural da Estrada Real a partir do século XVIII.
Abrigado em uma casa do século XVIII que pertenceu ao tropeiro conhecido como “Sô” Neco, o Museu contém hoje mais de 700 peças, entre as quais se incluem objetos usados durante as viagens dos tropeiros, além de documentos desses comerciantes, como certidões de casamento e livros de compra e venda.