Integrantes do Movimento de Luta pela Moradia em reunião da Comissão de Direitos Humanos

Comissão quer ouvir PBH sobre Minha Casa, Minha Vida

Movimento de Luta pela Moradia aponta irregularidades na distribuição de unidades habitacionais do programa.

18/12/2012 - 21:13

O sorteio de lotes para o programa federal de habitação Minha Casa, Minha Vida, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte na última sexta-feira (14/12/12), não teria cumprido as exigências do Ministério das Cidades. A denúncia de irregularidades nos critérios e no sorteio das unidades habitacionais por parte da PBH foi feita nesta terça-feira (18/12/12) pelo Movimento de Luta pela Moradia de Belo Horizonte durante reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

A fim de discutir as denúncias, a comissão aprovou requerimento para realização de audiência pública. Assinado pelos deputados Sargento Rodrigues (PDT), Rogério Correia (PT) e Paulo Lamac (PT), o requerimento, baseando-se nas denúncias, observa que o direito constitucional à moradia estaria sendo violado, assim como o princípio da publicidade a ser obedecido em todo ato administrativo.

Em outro requerimento, de autoria do deputado Rogério Correia, a comissão pede que seja enviado ofício ao prefeito de Belo Horizonte, ao Conselho Municipal de Habitação e ao presidente da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), solicitando providências no sentido de suspender o sorteio e a entrega das unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, realizado no dia 14 último. Requer, ainda, a reedição da Resolução nº 27 do Conselho Municipal de Habitação, de modo a atender, integralmente, aos critérios já previstos em lei; e a garantia de participação do movimento de moradia de Belo Horizonte na indicação e verificação dos nomes e famílias beneficiadas, de maneira a cumprir o preceito constitucional do direito à moradia.

Transparência - Segundo as denúncias apresentadas à comissão pelo Movimento de Luta pela Moradia, teria faltado transparência no sorteio das unidades habitacionais,que não considerou critérios de prioridade para idosos e famílias em que vivem pessoas com deficiência. Integrantes do movimento lamentaram também a falta de participação de várias entidades cadastradas. Acompanhados do advogado Rodrigo Medeiros, eles denunciaram favorecimento à Coohabita, cooperativa à qual teriam sido destinadas mais de 800 unidades das 1470 previstas para Belo Horizonte. O número é superior a mais de 50%, apenas para uma única entidade, o que, segundo o advogado, não estaria compatível com os critérios estabelecidos pelo programa. “Ninguém auditou o meio eletrônico como foi feito o sorteio”, protestou.

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