Deputados cobram obras no complexo viário Barão-Raja
Falta de projeto executivo é maior problema apontado em reunião da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas.
18/12/2012 - 18:18A necessidade da elaboração de um projeto executivo que torne possível a captação de recursos para obras no complexo viário do eixo das avenidas Raja Gabaglia e Barão Homem de Melo, em Belo Horizonte. Esta foi a principal conclusão da audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (18/12/12) pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O encontro foi resultado de um requerimento do deputado Fred Costa (PEN) e contou com a participação de vários representantes de associações de moradores.
Fred Costa abriu a reunião lamentando que o Vetor Sul tenha sido esquecido pelo Poder Executivo, que se mobilizou para contemplar outras regiões com obras de mobilidade urbana em virtude de a capital mineira ser sede da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014. “Tanto a Zona Sul quanto a Zona Oeste foram relegadas a segundo plano, recebendo somente intervenções que são resultado de medidas compensatórias. Mesmo assim, tais obras já serão inauguradas defasadas em virtude do grande ritmo de ocupação de regiões como o Buritis e o Belvedere. Tudo é difícil no poder público, mas algo preciso ser feito. É uma questão de estabelecermos prioridades”, apontou.
Segundo o parlamentar, levantamento da BHTrans aponta que a Avenida Raja Gabaglia recebe diariamente um fluxo médio de 55 mil veículos diários, contra 40 mil na Barão Homem de Melo. Ambas, sobretudo nos horários de pico, são palco constante de engarrafamentos. “É preciso que as autoridades apresentem soluções para o Vetor Sul, cujos moradores têm como principais demandas a questão da segurança pública e da mobilidade urbana. Neste último caso, estamos falando de qualidade de vida. Se não for feito um projeto executivo, como iremos viabilizar os recursos?”, questionou.
O deputado Rômulo Viegas (PSDB), que presidiu a audiência pública, defendeu uma mobilização nacional por uma redistribuição de recursos que contemple uma fatia maior para estados e municípios. “Os problemas estão no âmbito dos estados e municípios, que têm a menor parcela de recursos. Os verdadeiros gestores são os governadores e os prefeitos. São eles que têm que prestar contas à população no dia a dia”, lembrou.
Também convidado para o encontro, o deputado federal Diego Andrade (PSD-MG), que é de Belo Horizonte, prometeu ajudar na busca de recursos, mas também ressaltou que ficará mais fácil sensibilizar o Governo Federal com um projeto executivo em mãos. “O exemplo de São Paulo é emblemático. Toda vez que vou lá vejo uma nova obra de mobilidade urbana em andamento. Eles são profissionais. Fazem o projeto executivo e conseguem os recursos. O mais recente deles é o monotrilho, uma excelente alternativa para desafogar o trânsito. Podemos aproveitar a experiência nessa área da capital paulista”, sugeriu.
Estudo – O secretário municipal de Serviços Urbanos, Pier Giorgio Sinesi Filho, informou que a Prefeitura de Belo Horizonte já dispõe de um estudo sobre as possíveis intervenções no Complexo Viário Barão-Raja, que entre outras intervenções prevê a construção de quatro trincheiras e um viaduto para que o trânsito possa fluir melhor. Uma dessas trincheiras e o viaduto seriam construídos na confluência das duas vias, contemplando ainda a Rua José Rodrigues Pereira, conforme projeção apresentada durante a reunião.
O gestor municipal prometeu apresentar os resultados da audiência pública na ALMG ao prefeito Márcio Lacerda, mas reconheceu que a proposta ainda precisa ser aprofundada. “Não basta termos um traçado. A cidade é um organismo em constante evolução e precisa de mais mobilidade urbana”, destacou.
Já o secretário municipal de Administração Regional Centro-Sul, Harley Leonardo de Andrade Carvalho, reconheceu que o problema do trânsito no Vetor Sul só tende a piorar com novos empreendimentos surgindo a todo momento na divisa de Belo Horizonte com Nova Lima. “Mas cabe ao gestor público buscar soluções. A origem dos recursos é realmente o maior entrave. O exemplo do Polo de Moda do Barro Preto, cuja obra já deve começar em janeiro e será financiada com uma emenda de bancada, é um bom exemplo”, apontou.
Entre os presentes à audiência pública, Rogério Oliveira de Resende, morador do São Bento, lamentou que o Governo Federal libere poucos recursos para obras de mobilidade urbana em Belo Horizonte em comparação com outras capitais. Robson Timponi, do mesmo bairro, pediu aos representantes da Prefeitura de Belo Horizonte que incluam um novo acesso ao São Bento e à região da Barragem Santa Lúcia em qualquer futura intervenção na região.
Já Fernando Santana, do Movimento das Associações dos Moradores da região, pediu maior controle da Prefeitura sobre o adensamento no Vetor Sul. “É preciso mais ação e menos discussão, senão quando as obras forem feitas já não vão servir para nada”, criticou.