Comissão presta homenagem a sargento da Polícia Militar
Reunião teve como objetivo reconhecer os 19 anos de serviços prestados por Dalson Ferreira Victor.
13/12/2012 - 18:26A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou, nesta quinta-feira (14/12/12), reunião extraordinária para prestar homenagem ao sargento da Polícia Militar, Dalson Ferreira Victor. O policial recebeu das mãos do presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), da vice-presidente, deputada Maria Tereza Lara (PT), e do deputado Sargento Rodrigues (PDT) documento com a manifestação de aplausos, por iniciativa de Rodrigues. O parlamentar afirmou que esse é o reconhecimento da ALMG pelos 19 anos de serviços prestados por Victor à sociedade e a tentativa de reparar uma “injustiça”.
Sargento Rodrigues afirmou que Dalson Victor possui uma ficha profissional impecável com 114 elogios e conceito A50, o maior que um policial militar pode alcançar na carreira. “Sabemos que essa conquista não foi fácil. Os demais policiais aqui presentes são testemunhas de quanto Victor se dedicou para chegar a essa marca e todos nós temos a certeza de que é merecido”, ressaltou o deputado, que ainda descreveu o homenageado como uma pessoa humilde, séria e comprometida com o seu dever.
O parlamentar, no entanto, ponderou que tais precedentes não impediram que Victor fosse vítima de uma injustiça. Rodrigues falou sobre a recente prisão do policial, que foi indiciado por homicídio doloso por ter atirado em Helenílson Eustáquio da Silva Souza, que morreu durante abordagem do Grupo Especializado em Patrulhamento de Áreas de Risco (Gepar) no Aglomerado da Serra (Centro-Sul), no último dia 26. Segundo o deputado, Helenílson era traficante e havia três mandados de prisão expedidos contra ele. Ainda de acordo com o deputado, Helenílson foi retratado pela imprensa como servente de pedreiro e “parcela da mídia condenou precipitadamente Victor". "Ele atuou em legítima defesa, eu teria feito o mesmo”, continuou.
O próprio Victor, ao fazer seus agradecimentos, esclareceu que naquele dia ele foi atender à denúncia de que havia cinco indivíduos armados na comunidade em um conhecido ponto de drogas. Conforme o policial, o desfecho, considerado por ele trágico, se deu porque Helenílson não se rendeu ao ser abordado, ameaçando a sua vida e a dos demais que ali se encontravam. “Grande parte dos meus elogios foram obtidos porque ajudei a conquistar a redução histórica no número de homicídios na região, que passou de 50 a 10 ocorrências por ano”, enfatizou o sargento.
Apoio – O comandante do 22º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Luiz José Francisco Filho, e o comandante da 127ª Companhia, major Wallace Brandão Vidal, manifestaram seu apoio ao policial e consideram a homenagem uma justa reparação. O advogado da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), Edilson Fiúza Magalhães, afirmou que está confiante, pois o juiz que julgou o caso concedeu a liberdade provisória por julgar a alegação de legítima defesa procedente. “Até mesmo o parecer do Ministério Público, a quem cabe o papel de acusar o policial, opinou pela libertação de Victor”, destacou o advogado.
Emocionados, os representantes da Aspra falaram sobre a atuação de Victor e dizem estar esperançosos de que o colega não venha mais ser punido pela ocorrência, uma vez que, segundo eles, todos têm a convicção de que o sargento agiu corretamente.
O deputado João Leite e a deputada Maria Tereza Lara salientaram a importância da reunião como oportunidade de ouvir a versão de Victor e de fazer justiça ao policial. A deputada lembrou que, em geral, as reportagens dos veículos de comunicação mineiros não apuraram o contraditório. “Ele agiu em defesa da própria vida e do seu dever, merece proteção e não punição”, ressaltou a parlamentar.