Ainda este ano, as 347 famílias que recebem auxílio do programa de bolsas de estudos para crianças e jovens com necessidades especiais, oferecido pela Loteria Mineira, deverão receber os valores em atraso relativos aos três últimos meses. A promessa foi feita pelo diretor-geral da Loteria do Estado, Paulo Roberto Menicucci, em reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na tarde desta terça-feira (11/12/12), a requerimento do deputado Fred Costa (PEN).

O parlamentar atendeu à solicitação de um grupo de mães que, devido ao atraso no repasse dos recursos, estão com dificuldades de manter seus filhos nas instituições educacionais de atendimento a crianças e jovens com necessidades especiais. A questão deverá ser regularizada a partir de agora, segundo o diretor-geral da Loteria Mineira, que atribuiu os atrasos às dificuldades de caixa da instituição, deficitária à época em que assumiu o cargo, em 2010. Ele assegurou, porém, que a situação começou a mudar depois que foram fechados novos contratos empresariais, que fizeram a receita diária da Loteria Mineira passar de R$ 10 mil para R$ 300 mil.

Para agilizar o processo, Menicucci sugeriu a elaboração de um projeto, com a participação dos deputados, capaz de definir com clareza o compromisso da loteria do Estado com os programas sociais e formalizar o repasse imediato para as mães cujos filhos estão cadastrados nesses programas. “Quando assumimos, não tínhamos dinheiro suficiente nem para pagamento de pessoal”, disse, fato que mudou após o fechamento de novos contratos, com a introdução de jogos diversificados, inclusive on line. Segundo ele, outros produtos deverão ser incorporados já no próximo ano, entre eles,uma nova modalidade de raspadinha instantânea e jogos semelhantes à quina e à mega sena. Com isso, acredita, a receita da entidade deverá crescer ainda mais, permitindo, inclusive, ampliar o número de famílias atendidas por programas sociais.

Dificuldades – Falando em nome do grupo de mães, Ingrid Elizabeth Kruse de Albuquerque, que tem um filho de 24 anos, autista, lamentou as dificuldades que as famílias enfrentam para educar as crianças e jovens com necessidades especiais. Ela denunciou que os órgãos responsáveis demonstram má vontade para atender a seu filho, depois que ele se tornou maior de idade, mas frisou que a maioridade não muda em nada as condições especiais de vida dele, que continua carecendo dos recursos para viver com mais qualidade.

Presidida pelo deputado Fred Costa, a reunião contou ainda com a presença dos deputados Alencar da Silveira Jr. (PDT) e Paulo Guedes (PT). O deputado pedetista lembrou o compromisso histórico da loteria, criada há mais de 80 anos, com a assistência social. Como medida emergencial, até que a situação de repasse dos atrasados se regularize, o parlamentar sugeriu que a comissão, acompanhada das mães, procure os empresários que fecharam contrato com a loteria do Estado, solicitando uma doação para fazer frente às despesas em atraso dos bolsistas. Alegou que seria uma questão de justiça, já que as empresas estão lucrando com o contrato firmado com o Estado. O deputado Fred Costa, porém, ponderou que o ideal seria solucionar rapidamente o fato da forma como propôs o diretor-geral da loteria, pela via institucional e formal, o que daria, inclusive, maior segurança às famílias.

Já o deputado Paulo Guedes sugeriu que a Loteria Mineira incorpore ao grupo de beneficiados com repasses de recursos as comunidades indígenas e quilombolas do Norte de Minas, que sofrem com diversos tipos de carências e são socialmente vulneráveis.

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