Comissão discutiu em audiência a implantação da linha 2 do metrô de BH e a integração do sistema de transporte metropolitano
Afonso Carneiro Filho avalia que a linha 2 deve ser priorizada em relação aos demais projetos

Deputados pedem prioridade para o metrô do Barreiro

Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas discute implantação do metrô e integração metropolitana.

06/12/2012 - 15:03

A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais esteve, na manhã desta quinta-feira (06/12/12), no bairro Cardoso, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, para discutir a implantação da linha 2 do metrô e a integração do sistema de transporte metropolitano. O ramal pode beneficiar mais de 600 mil pessoas que moram na região Oeste da Capital, sendo 300 mil no Barreiro. O objetivo da reunião foi mostrar aos órgãos responsáveis pela elaboração e execução dos projetos a importância do investimento.

A implantação do metrô no Barreiro começou no final da década de 90, quando foram investidos R$ 250 milhões em obras de engenharia pesada em um trecho de 6 Km até o anel rodoviário. O projeto inicial tem 10 Km de extensão, ligando o Barreiro até a Estação Calafate. Para concluir o trecho, seriam necessários R$ 900 milhões, de acordo com o coordenador operacional da Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte Rodrigo de Abreu Vieira.

O deputado Vanderlei Miranda (PMDB), autor do requerimento que deu origem à reunião, lamentou a ausência de investimentos na infraestrutura de transporte na região. “O metrô do Barreiro vai atender a uma das regiões com maior número de habitantes e não podemos mais deixar que essa obra seja adiada”, afirmou o parlamentar. O deputado Anselmo José Domingos (PTC) lembrou que o Governo Federal, há cerca de oito anos, esteve no local para anunciar o metrô, mas nenhuma medida prática foi tomada, o que gerou uma frustração muito grande entre os moradores.

Vanderlei Miranda informou, durante a reunião, que a bancada do PMDB protocolou no Plenário uma emenda ao Projeto de Lei (PL) 3.538/2012, do governador em exercício Alberto Pinto Coelho, determinando que o empréstimo a ser contratado pelo Executivo com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 750 milhões, seja utilizado como contrapartida nas obras do metrô do Barreiro. No pedido de autorização para o empréstimo, o Governo estipula que o financiamento será utilizado na expansão de linhas do metrô, mas não especifica quais projetos serão contemplados. Para que o Executivo possa conseguir o financiamento, é preciso autorização da Assembleia Legislativa. O presidente da comissão, deputado Adalclever Lopes (PMDB), afirmou que o pleito é justo e que a bancada vai trabalhar para conseguir o apoio dos demais parlamentares.

O assessor da Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte, Afonso Carneiro Filho, afirmou que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) entende que a linha 2 deve ser priorizada em relação aos demais projetos de ampliação da rede. “O correto é concluir o Barreiro para depois investir em novas linhas”, ressaltou. Segundo ele, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das grandes cidades, está previsto R$ 1 bilhão para projetos de trens metropolitanos. As propostas e contrapartidas devem ser apresentadas para iniciar o processo de liberação dos recursos. A linha 1, que liga Eldorado à Venda Nova, recebeu, recentemente, investimentos, incluindo a compra de novos trens para ampliar a capacidade de rede.

Durante os debates, os participantes também ressaltaram a necessidade de alterar o projeto original para que a linha 2 ligue o Barreiro à Estação Central e não ao Calafate, uma vez que o destino da maior parte dos moradores é o centro da cidade. Se a linha terminar no Calafate, eles serão obrigados a utilizar os trens da linha 1, já sobrecarregada pelo grande fluxo da Estação Eldorado.

Críticas –  Parlamentares e representantes de sindicatos criticaram o atual plano de mobilidade da Prefeitura de Belo Horizonte por não contemplar a região do Barreiro, uma vez que não haverá BRT na Avenida Amazonas. Afonso Carneiro Filho destacou que as avenidas de trânsito rápido de ônibus têm capacidade média e que o BRT será inaugurado já com a demanda próxima ao limite da capacidade. Segundo ele, a saída é investir nos trens metropolitanos.

O representante da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) Tomás Alexandre Ahougi foi questionado sobre os planos da Prefeitura para integrar a nova rodoviária ao sistema de transporte. Ahougi afirmou que será preciso reconstruir a Estação São Gabriel, para atender o aumento do fluxo de passageiros que utilizarão o BRT e o metrô. Vanderlei Miranda alertou para a falta de planejamento da Prefeitura.

Consulte o resultado da reunião.