Comissão foi a Itajubá para discutir soluções para as micro e pequenas empresas da região

Microempresários de Itajubá reclamam de dificuldades

Falta de infraestrutura e de mão de obra qualificada comprometem o desenvolvimento do setor.

26/11/2012 - 18:48

A falta de infraestrutura, a elevada carga tributária e a carência de mão de obra qualificada são as principais reclamações dos pequenos e microempresários de Itajubá (Sul de Minas). Na reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada na cidade nesta segunda-feira (26/11/12), representantes desse segmento apresentaram aos deputados suas dificuldades e cobraram soluções para seus problemas.

Somente no segmento industrial, as micro e pequenas empresas são responsáveis pela geração de 2.180 empregos em Itajubá. Mas os empresários reclamam da falta de apoio da prefeitura para resolver problemas como assaltos e escassez de espaço, que levou ao encarecimento dos aluguéis. Sem condições de competir com concorrentes de outras cidades, eles alegam estar perdendo oportunidades de negócios com a maior empresa da cidade, a Helibrás, que estaria contratando fornecedores até de São Paulo.

Um dos setores mais prejudicados é o de usinagem e ferramentaria. Segundo o proprietário da RCS, Carlos Rogério de Vasconcelos, a carência de mão de obra especializada deve-se à mudança no foco de atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem na Indústria (Senai), que teria priorizado a formação de técnicos em detrimento de torneiros e fresadores. “Até meados dos anos 80, o Senai de Itajubá era uma referência regional, e hoje temos essa lacuna grande de mão de obra”, lamentou.

De acordo com o deputado Ulysses Gomes (PT), que solicitou a audiência pública, muitos empresários reclamam da dificuldade de diálogo com a atual administração municipal. “Tão importante quanto trazer novos empreendimentos é dar incentivo àqueles já instalados na cidade”, afirmou. Ele defendeu maior interlocução da prefeitura com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e também entre o Senai e o empresariado local.

Para o vice-presidente da FFO, deputado Tiago Ulisses (PV), essa interação entre poder público, indústria e universidade é fundamental para o desenvolvimento da cidade. “Temos que juntar forças”, afirmou. Ele sugeriu a criação de um condomínio logístico como forma de reduzir custos e garantir segurança e infraestrutura às empresas. Também propôs a elaboração de um plano diretor capaz de identificar novas áreas disponíveis para a instalação de indústrias na cidade.

Novo prefeito promete mudança

O prefeito eleito de Itajubá, Rodrigo Riêra (PMDB), acusou a atual administração municipal de criar dificuldades para os pequenos empresários e prometeu que essa situação vai mudar em sua gestão. “O poder público não vai mais ser um inibidor do crescimento da cidade”, garantiu. Ele informou que já foi criado um grupo de trabalho para estudar formas de se estabelecerem parcerias da prefeitura com a Unifei e entidades empresariais. Além disso, adiantou que já estuda duas áreas para a instalação de um novo distrito industrial.

O reitor eleito da Unifei, Dagoberto Alves de Almeida, disse que se preocupa com a integração com a comunidade e garantiu que a universidade vai procurar contribuir mais para o desenvolvimento local. Já o gerente regional do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG), Juliano Cornélio, informou que nos últimos três anos a microrregião de Itajubá recebeu investimentos de R$ 5 milhões em cursos e projetos de acesso à tecnologia. Em 2012, 1.600 empresas locais foram atendidas pelo Sebrae. “É um número considerável, levando-se em conta nossa estrutura enxuta”, afirmou.

Consulte o resultado da reunião.