A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai pedir ao Ministério Público informações sobre o andamento do processo relacionado ao acidente de trânsito que matou o estudante Fábio Pimentel Fraiha, de 20 anos, em setembro de 2012, em Belo Horizonte. Na ocasião, o carro de Fábio foi atingido por outro veículo, que era conduzido por um motorista que apresentava sintomas de embriaguez. O comunicado da comissão foi feito durante uma visita dos deputados Sargento Rodrigues (PDT) e João Leite (PSDB) à residência dos familiares do estudante, que pediram leis mais rígidas para crimes de trânsito.

Durante o encontro na Capital com os pais do rapaz, Ana Cristina Pimentel e Júlio Fraiha, os parlamentares também disseram que vão propor um requerimento para realização de audiência pública, que deverá ocorrer no início de 2013. A ideia é convidar deputados federais para discutir a atual legislação de trânsito. Os pais de Fábio disseram aceitar participar da reunião e agradeceram a visita. “É reconfortante saber da preocupação sobre a situação que estavamos vivenciando”, disse Júlio.

Inquérito – Júlio Fraiha contou que o inquérito já foi concluído pela Polícia Civil. “O motorista envolvido estava a 150 km/h, em uma via que exige 60. Além disso, um exame feito indicou consumo de droga. Chegaram à conclusão por crime doloso”, afirmou. O pai do rapaz disse que aguarda um “julgamento justo” para o caso e espera que, futuramente, haja recrudescimento das leis, visando a coibir novos acontecimentos. “Que a legislação evolua, para que casos como o do nosso filho sejam considerados sempre dolosos”, destacou.

Ana Cristina Pimentel disse que tudo está sendo “doído demais”. Ela contou que era "muito companheira" de seu filho. “Ele tinha uma vida inteira pela frente, tinha muitos sonhos”, ressaltou. Ela falou, ainda, que fica indignada por saber que o rapaz envolvido no acidente, Michael Donizete Lourenço, está solto. Michael foi preso em flagrante no dia do acontecimento, mas teve o alvará de soltura concedido pela Justiça, depois de pagar a fiança calculada em 70 salários mínimos (pouco mais de R$ 43 mil).

Para o deputado Sargento Rodrigues, crime de trânsito tem que ser tratado com mais responsabilidade pelo Estado e pela legislação brasileira. “Precisamos, urgentemente, mudar as leis do País”, afirmou. O deputado João Leite se solidarizou com a família e disse que a visita serviu, também, para saber se os pais estavam recebendo a atenção devida do Estado.