A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais se reúne nesta terça-feira (20/11/12) para discutir o conflito agrário ocorrido no acampamento Terra Prometida, no município de Felisburgo (Vale do Jequitinhonha/Mucuri). No episódio, ocorrido em 20 de novembro de 2004, cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas. A reunião será às 9 horas, no Teatro, e atende requerimento do deputado Rogério Correia (PT).

Na ocasião, foram mortos os trabalhadores rurais sem terra Iraguiar Ferreira da Silva (23 anos), Miguel José dos Santos (56 anos), Francisco Nascimento Rocha (72 anos), Juvenal Jorge da Silva (65 anos) e Joaquim José dos Santos (49 anos). Todos os tiros foram à queima roupa.

Segundo informações contantes no site do deputado Rogério Correia, os trabalhadores estavam há dois anos e meio acampados na área, reconhecida pelo Estado como devoluta, e eram ameaçados constantemente pelo pelo fazendeiro e empresário Adriano Chafik Luedy. O julgamento do mandante do crime, que é réu confesso, ainda não aconteceu.

Em janeiro de 2012, os deputados Rogério Correia e Padre João pediram ao juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), José Eduardo de Resende Chaves Júnior, a garantia de que haja o cumprimento do decreto referente à desapropriação da terra invadida pelos mandantes dos crimes. “Queremos Justiça para as famílias vítimas da chacina ocorrida há mais de oito anos; não podemos deixar impunes os responsáveis por essa barbárie”, reivindicou Rogério Correia.

Convidados – Foram convidados para a reunião a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes; o arcebispo Metropolitano de Montes Claros, Dom José Alberto Moura; o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, Carlos Mario Guedes de Guedes; a subsecretária de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Carmen Piedade Rocha; o procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Conflitos Agrários do Ministério Público de Minas Gerais, Afonso Henrique de Miranda Teixeira; o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (Conedh), Emílcio José Lacerda; Diretor Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile; e membro do Acampamento Terra Prometida – Felisburgo, Jorge Rodrigues Pereira.