Aparecida dos Reis explicou que a demora nos repasses deve-se à necessidade de reformas para o funcionamento dos escritórios do MinC em vários Estados
O presidente do Sincparc defendeu ações coordenadas para os segmentos organizados, alegando que apenas assessoria técnica e jurídica são insuficientes
Programa Criativa Birô vai ser implantado em 2013

MinC garante recursos para o Criativa Birô

Escritório para fomentar a economia criativa será instalado no Palácio das Artes.

12/11/2012 - 17:56

Os recursos federais para a implantação do projeto Criativa Birô em Belo Horizonte devem ser liberados até o final do ano. A garantia foi dada pela assessora do Ministério da Cultura (MinC), Aparecida dos Reis, na reunião da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta segunda-feira (12/11/12).

Segundo ela, a demora no repasse dos recursos deve-se à necessidade de reformas para o funcionamento dos escritórios, não só em Minas, mas também em Goiás, Pernambuco, Acre e Rio Grande do Sul.

O Criativa Birô é um projeto do MinC em parceria com o Governo do Estado, cuja finalidade é fornecer assessoria técnica e capacitação aos pequenos empreendedores ligados à chamada economia criativa, que envolve atividades relacionadas com produção cultural, comunicação, arquitetura, moda e design.

O investimento do Governo Federal em cada um dos escritórios é de R$ 1,2 milhão. Os Estados, em contrapartida, arcam com R$ 300 mil e com a cessão dos espaços físicos. Em Belo Horizonte, o Criativa Birô vai funcionar nas dependências do Palácio das Artes, informou a superintendente de Interiorização da Secretaria de Estado de Cultura, Manuella Machado.

A deputada Luzia Ferreira (PPS), que solicitou a reunião, destacou a importância da iniciativa. “O Criativa Birô vai ajudar a tirar da informalidade um segmento imenso de pequenos empreendedores espalhados pelo interior do Estado. Será uma espécie de incubadora para ajudar a termos uma produção cultural mais organizada”, afirmou.

O assessor da presidência da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Cássio Pinheiro, também elogiou o Criativa Birô. Ele ressaltou que a cultura, para ser criativa, precisa de investimentos. “A situação da maioria dos artistas é de se lamentar. Um ator não consegue sobreviver de sua produção cultural. Nas artes plásticas, temos um acúmulo de obras em acrílico sobre tela porque a tinta a óleo é muito cara”, ilustrou.

Para Sinparc, iniciativa é insuficiente

Para o presidente do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas (Sinparc-MG), Rômulo Duque, apenas a assessoria técnica e jurídica a ser oferecida pelo Criativa Birô é insuficiente. “Temos segmentos já organizados que precisam de ações coordenadas. Por que esse birô começa sem a preocupação de agregar o que já existe e qualificar os recursos já direcionados ao setor?”, questionou.

A representante da Secretaria de Estado de Cultura, Manuella Machado, esclareceu que o objetivo inicial do Criativa Birô é realizar um levantamento das necessidades dos segmentos envolvidos com a economia criativa. “A partir desse diagnóstico, poderemos trabalhar para atender às demandas. O convênio firmado com o Governo Federal é para a instalação de um equipamento para assessoria e consultoria”, explicou.

Sobre a necessidade de mais recursos para a produção cultural, ela informou que o Governo do Estado já negocia com o Banco do Brasil e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais maneiras de facilitar o acesso a linhas de crédito. Essas negociações também acontecem em nível nacional, com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, de acordo com a representante do MinC, Aparecida dos Reis.

Consulte o resultado da reunião.