Lista com prioridades poderá subsidiar o Governo na elaboração de planos para enfrentamento das enchentes

Comissão quer lista de obras prioritárias contra enchentes

Relação pode subsidiar Governo do Estado na aplicação de recursos para evitar danos causados pelas inundações.

30/08/2012 - 14:05

A Comissão Especial das Enchentes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pediu, nesta quinta-feira (30/8/12), que os órgãos ambientais e de obras do Estado se reúnam para elaborar uma lista com as obras prioritárias para combater os efeitos das enchentes em Minas. Para o presidente da comissão, deputado Arlen Santiago (PTB), essa relação será importante para subsidiar o governador Antonio Anastasia em seu planejamento no enfrentamento das inundações.

“Precisamos levantar os problemas e agir preventivamente”, afirmou o parlamentar, sugerindo ainda a criação de um fórum permanente de debates entre as esferas municipais, estadual e federal. Arlen Santiago lembrou que uma lista de prioridades pode oferecer melhores condições para se utilizar os recursos do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas de Minas Gerais (Fhidro), que tem hoje cerca de R$ 400 milhões em caixa, segundo ele.

Itabirito – Na reunião desta quinta (30), a presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Itabirito (Região Central do Estado), Dóris Aparecida Galisto Lins, mostrou fotos de uma obra do sistema de esgoto na cidade que teve 70% de sua estrutura destruída pela enchente de janeiro deste ano. A construção foi feita pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) e custou cerca de R$ 16 milhões.

De acordo com Dóris, a companhia foi alertada sobre a vulnerabilidade da obra e a dificuldade que o município teria para operar o sistema, que, por contar com cinco estações elevatórias, teria um custo com energia elétrica muito alto. O cenário atual é de estruturas destruídas, sem qualquer possibilidade de uso, mostrou a dirigente. “A Codevasf tem a obrigação legal e moral de recuperar essa obra”, protestou ela. Apesar disso, a empresa enviou correspondência à comissão se eximindo dessa responsabilidade.

De acordo com o deputado Arlen Santiago, a Saae deve enviar o caso ao Ministério Público Federal, que poderá determinar de quem é a tarefa de consertar os estragos provocados pela enchente. Dóris Lins estima o custo da recuperação entre R$ 7 milhões e R$ 9 milhões, mas alerta que se os reparos forem feitos seguindo o mesmo projeto, será uma obra condenada a ser destruída pela próxima inundação.

Também presente à reunião, a diretora de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Eventos Críticos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Zenilde das Graças Guimarães Viola, lembrou que está em fase de avaliação de custos o Plano Estadual de Prevenção a Enchentes e Inundações em Minas Gerais.

A gerente de Monitoramento Hidrometeorológico do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Wanderlene Ferreira Nacif, e o gerente de Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), Marcelo Jorge Medeiros, informaram que as entidades que representam são responsáveis pelo monitoramento dos rios e apoio nos períodos chuvosos, não atuando na construção de obras de contenção.

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