Participantes apresentaram sugestões para diminuir criminalidade em Frutal

Comissão propõe ações para reduzir a violência em Frutal

A construção de um presídio fora do centro e o aumento do número de policiais estão entre as sugestões.

02/07/2012 - 15:18

A construção de um presídio fora da área central, a elevação da Companhia Militar à condição de Batalhão e o aumento do número de efetivos da Polícia Civil são algumas das ações necessárias para reduzir os índices de criminalidade em Frutal (Triângulo Mineiro). As sugestões foram apresentadas nesta segunda-feira (2/7/12), em audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada na cidade.

De acordo com o major PM Arnaldo Pereira Júnior, o número de crimes no município cresceu 97% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2011, totalizando 113 roubos, incluindo assaltos à mão armada. Só nos últimos 25 dias, foram registrados quatro assassinatos brutais, um deles de um professor da rede estadual, morto em seu próprio apartamento por ex-alunos. Cerca de 70% dos crimes cometidos na cidade têm relação com o tráfico de drogas.

A atuação de menores na prática desses crimes também tem sido recorrente, como destacou a promotora Daniza Maria Haye Biazevic. Ela relatou que, na maioria das ocorrências, esses adolescentes são liberados por falta de vagas em estabelecimentos adequados para acolhê-los. “Precisaríamos de pelo menos 40 vagas especiais para atender à demanda atual”, destacou.

O presídio de Frutal tem capacidade para 102 detentos, mas abriga atualmente 165, conforme informou seu diretor, Valdeci Neves. Além da ampliação no número de vagas, também foi defendida, na reunião, a transferência do presídio do centro da cidade para uma área mais distante. A doação do terreno, em Frutal 2, para a instalação da obra, foi assegurada pela prefeita Maria Marchi Borges, presente à reunião.

Outra reclamação diz respeito ao número insuficiente de policiais civis e militares na cidade. Segundo o delegado regional da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Frutal, Rodolfo Rosa Domingos, dos cinco delegados em operação, dois estão em vias de se aposentar. “Precisamos da criação de mais quatro cargos de delegado, quatro de escrivão e 12 de investigador”, detalhou. Já o pedido da PM é para que a Companhia seja elevada à condição de Batalhão, o que acarretaria um aumento do número de efetivos e viaturas na cidade.

Deputados vão levar reivindicações ao Estado

Autores do requerimento para a realização da audiência, os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Zé Maia (PSDB) e Antônio Lerin (PSB) vão reunir as sugestões em um documento que será entregue ao secretário de Estado de Defesa Social na próxima segunda-feira (9), em Frutal.

Os parlamentares também propuseram oito requerimentos relativos ao assunto debatido na audiência, que serão aprovados na próxima reunião da Comissão. Entre eles, um em que solicitam a construção de clínica para a recuperação de dependentes químicos em Frutal e outro em que pedem a instalação de câmeras do programa Olho Vivo na cidade.

Para o deputado Zé Maia, a necessidade de reforço em segurança pública em Frutal se justifica principalmente por se tratar de uma região de fronteira, situada em área de entroncamento rodoviário. “O Triângulo também está crescendo bastante e essa riqueza atrai os olhares dos bandidos”, ressaltou. Afirmação que foi reforçada pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva, que destacou ainda que o município irá receber uma caminhonete e uma moto para reforçar o patrulhamento na cidade e no campo.

Em seu pronunciamento, o deputado Antônio Lerin propôs alterações no Código Civil. Para ele, da forma como está, a legislação tem protegido bandidos e acuado cidadãos de bem. Ele também defendeu a instalação de penitenciárias agrícolas autossustentáveis e a criação de uma guarda municipal em Frutal. 

Consulte o resultado da reunião.