Para o chefe do Departamento de Investigação Antidrogas da Polícia Civil, Márcio Lobato, efetivo deve ser dobrado

Polícia Civil pede efetivo maior para combate ao tráfico

Para prover adequadamente todas as unidades do Estado, o número de policiais precisa passar dos atuais 9 mil para 18 mil

28/06/2012 - 18:20

Dobrar o número de efetivos da Polícia Civil para intensificar o combate ao narcotráfico em Minas Gerais. Essa foi a alternativa defendida pelo chefe do Departamento de Investigação Antidrogas da corporação, Márcio Lobato, que recebeu, na tarde desta quinta-feira (28/6/12), a visita da Comissão Especial para o Enfrentamento do Crack da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Segundo Lobato, hoje são cerca de 9 mil policiais civis em trabalho, mas seriam necessários 18 mil para prover adequadamente todas as unidades do Estado. Dos que estão na ativa, boa parte foi deslocada de sua atividade-fim para desempenhar tarefas administrativas, o que agrava o quadro. “Trabalhamos com o mesmo efetivo de quase 30 anos atrás, e os concursos realizados foram só para reposição de pessoal”, informou.

Na reunião, Márcio Lobato também defendeu a instalação de bloqueadores de sinais de celular nos presídios e a concessão de adicional de periculosidade para policiais civis que atuam na atividade-fim. Ele afirmou ainda que o departamento que chefia está na contramão do que se verifica em boa parte das unidades da Polícia Civil no Estado, já que tem pessoal e equipamentos suficientes para a realização dos trabalhos.

Conforme relatou, no último ano o Departamento intensificou as ações de combate ao crime. O número de operações passou de 13, entre 2010 e 2011, para 72. No mesmo período, a quantidade de pessoas presas mais que triplicou, de 57 para 175. O rendimento patrimonial do tráfico apreendido também saltou de R$ 720 mil para R$ 9,7 milhões. “É com esse dinheiro que o tráfico se fortalece. Tirar o patrimônio do tráfico equivale a tirar dele o poder”, destacou.

Em junho, o Departamento realizou, ainda, a maior apreensão de ecstasy no Estado, de 2 mil comprimidos. Foram apreendidos, ainda, 428 kg de cocaína, 300 kg a mais do que o volume encontrado em 2010. Também no último ano, foram expedidos 246 mandados de busca e apreensão, contra 40 registrados entre 2010 e 2011.

Parlamentares – Surpresos com a estrutura e os resultados do Departamento Antidrogas, os deputados Paulo Lamac (PT), Vanderlei Miranda (PMDB) e a deputada Liza Prado (PSB) afirmaram que vão procurar suprir, por meio da apresentação de projetos de lei ou de emendas, a carência de pessoal da Polícia Civil. “A ALMG tem como contribuir, dentro das nossas atribuições, para que o departamento funcione cada vez melhor”, afirmou o autor do requerimento para a visita, deputado Vanderlei Miranda (PMDB).

Na reunião, o presidente da comissão, deputado Paulo Lamac, também defendeu a realização imediata de concurso para provimento de vagas na área administrativa da Polícia Civil, para que os policiais possam voltar a atuar na ponta do processo. Já a deputada Liza Prado questionou a falta de investimentos por parte da Secretaria Nacional Antidrogas em Minas Gerais. Segundo ela, o órgão recebe os bens materiais apreendidos nas operações mineiras, mas não repassa os recursos ao Estado.