Projeto do governador e situação de grevistas gerou debates na reunião da noite desta quarta (20)

Oposição e governistas trocam críticas no Plenário

Greve de servidores e projeto que cria nova secretaria em Minas geram polêmicas.

20/06/2012 - 21:50

 A greve de servidores da saúde em Minas e da educação em nível federal e a criação de uma nova secretaria no governo do Estado foram os principais temas discutidos na Reunião Extraordinária da noite desta quarta-feira (20/6/12), no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Deputados da base governista e da oposição trocaram críticas e fizeram cobranças por investimentos.

O deputado Rogério Correia (PT) criticou a falta de discussão do Projeto de Lei (PL) 3.086/12, do governador, que cria o cargo de secretário de Estado Extraordinário para Coordenação de Investimentos. “Não vejo justificativa. O Estado está endividado, falido”, questionou. O parlamentar acrescentou que o governo criou 164 cargos, por Lei Delgada, no Escritório Estratégico para Desenvolvimento, não havendo, portanto, necessidade de uma nova secretaria para cuidar de investimentos.

Já o deputado Gustavo Valadares (PSD) cobrou da oposição apoio para os professores federais, da mesma forma que apoiaram os professores do Estado durante a greve. “São quase 50 dias de greve nas universidades. A greve dos metroviários acabou hoje. E não vi apoio da bancada petista”, acusou. Duarte Bechir (PSD) também leu artigo de sua autoria em que critica a “inabilidade” do governo federal para lidar com reivindicações “legítimas" dos professores. No texto, ele ainda acusa o Ministério da Educação de mentir sobre o piso salarial da categoria.

Rogério Correia retrucou que os deputados petistas estão tentando uma interlocução entre professores universitários e o governo federal. Segundo ele, a categoria está sendo tratada com respeito. “Já a Cemig exonerou quatro servidores sindicalistas, efetivos”, contrapôs. Ele também parabenizou o deputado Bonifácio Mourão (PSDB) por tentar encaminhar acordo entre os servidores da saúde em Minas e o Governo do Estado. Por outro lado, apresentou reportagem que aponta que Minas paga o pior salário do País aos delegados da Polícia Civil.

A deputada Liza Prado (PSB) também manifestou apoio aos grevistas, servidores do Estado e da União. Ela salientou que a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou ampliação de vagas em universidades, mas que é importante discutir a qualidade do ensino. A parlamentar ainda defendeu melhorias na área da segurança pública em Minas. Já o deputado Lafayette de Andrada (PSDB) lembrou que, pelo acordo para pagamento escalonado, firmado entre Governo e forças policiais, em quatro anos a Polícia Militar mineira será a mais bem paga do Brasil e a Polícia Civil terá o quarto maior salário.

Andrada cobrou ainda mais recursos da União para a saúde pública, tendo em vista que o Governo Federal detém 70% da arrecadação de impostos. “Ele ainda posa de bonzinho reduzindo o IPI e penalizando os Estados”, criticou. Segundo o parlamentar, Minas investe 13% de seu orçamento em segurança pública, enquanto o Governo federal destina 0,4% do orçamento para o setor.

Encerrada discussão – O PL 3.086/12 teve a discussão encerrada durante a reunião. A proposição recebeu quatro substitutivos, que voltam agora, junto com o projeto, para análise da Comissão de Administração Pública. Também foi encerrada a discussão do PL 2.996/12, do governador, que altera o artigo 13 da Lei 19.091, de 2010, que dispõe sobre o Fundo Estadual de Habitação (FEH).

Consulte o resultado da reunião.