Comissão vai enviar depoimentos à Polícia Federal em JF

Objetivo é auxiliar investigação de denúncias feitas a deputados envolvendo crime organizado em Juiz de Fora

29/05/2012 - 18:35

Em reunião nesta terça-feira (29/5/12), a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou requerimento para envio, à Polícia Federal, das notas taquigráficas de audiências realizadas pelos deputados sobre as denúncias de envolvimento de policiais com o crime organizado em Juiz de Fora, relacionado especialmente a caça-níqueis e jogos de azar. Segundo o autor do requerimento, deputado Sargento Rodrigues (PDT), o objetivo do envio das notas ao delegado da PF em Juiz de Fora, Cláudio Dornelas, é auxiliar o processo de investigação das denúncias.

Sobre o mesmo assunto, conforme requerimento do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), devem ser ouvidos na próxima segunda-feira (4/6/12), às 13h30, policiais civis e militares supostamente envolvidos nas denúncias.  Ao falar sobre reunião realizada a portas fechadas na véspera (28), Durval Ângelo frisou que as denúncias reforçariam, entre outros, o envolvimento ainda de empreiteiros e agentes públicos da administração municipal.  Segundo informou o deputado, máquinas de jogo usadas em Juiz de Fora seriam originadas do município de Gioânia (GO), sugerindo relação com as denúncias envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Também sobre a reunião anterior, o deputado Sargento Rodrigues acrescentou que o número de caça-níqueis apreendidos em Juiz de Fora, conforme informações repassadas à comissão, superam em muito as apreensões realizadas nos últimos anos no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, proporcionalmente.

O deputado Duarte Bechir (PSD), por sua vez, disse que confia no Governo do Estado, bem como na Polícia Militar e na Polícia Federal enquanto coporações que, segundo frisou, estão apurando as denúncias. Ele defendeu que questões relacionadas ao crime organizado, como as envolvendo Juiz de Fora, devem ser discutidas pela Comissão de Segurança Pública da ALMG por serem a ela pertinentes.

Durval Ângelo e Sargento Rodrigues, contudo, argumentaram que a segurança pública é um dos direitos sociais definidos pela Constituição e que a Comissão de Direitos Humanos foi procurada por policiais ameaçados de morte por terem denunciado o crime organizado que estaria instalado em Juiz de Fora. Também defendendo o trabalho da comissão, o deputado Rogério Correia (PT) disse que a base aliada do governo vem impedindo a oposição de discutir temas importantes nas comissões e no Plenário, a exemplo de projetos de lei do governador que tratam da concessão de empréstimos ao Estado.

Audiência - Além de outros requerimentos também relativos a Juiz de Fora, foi aprovada ainda a realização de audiência pública, em 14 de junho, às 9 horas, para debater a omissão da Secretaria de Estado de Defesa Social quanto ao agente penitenciário Wandrew Schwenck. Segundo Sargento Rodrigues, autor do requerimento, o agente ficou paraplégico em 2010, após ser baleado por um preso que escoltava no Fórum de Sete Lagoas.