Livro lançado na ALMG conta a história de mães cadeirantes
Autoras denunciam preconceito e mostram que a maternidade é possível.
28/05/2012 - 18:23Combater a falta de informação e o preconceito. Com esse objetivo, cinco mães cadeirantes se uniram para contar suas trajetórias e a experiência da maternidade no livro “Maria de Rodas – Delícias e desafios na maternidade de mulheres cadeirantes” (Ed. Scortecci). A obra foi lançada na tarde desta segunda-feira (28/5/12) no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
De autoria de Carolina Ignarra, Flávia Cintra e Tatiana Rolim, o livro conta ainda com a colaboração de outras duas cadeirantes: Juliana Oliveira e Katya Hemelrijk. “Durante muito tempo, acreditou-se que cadeirante não podia ser mãe”, afirma a jornalista Flávia Cintra, mãe de um casal de gêmeos de cinco anos.
O presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), deu as boas vindas às autoras: “Vocês vêm ofertar aos mineiros um belíssimo livro, um exemplo de fé, amor próprio e superação”.
As deputadas Liza Prado (PSB) e Maria Tereza Lara (PT) elogiaram a iniciativa e lembraram a importância do trabalho da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Os deputados Antonio Lerin (PSB), Délio Malheiros (PV) e João Leite (PSDB) também parabenizaram as autoras e desejaram sucesso ao livro.
Ao som da tradicional canção “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, as autoras falaram sobre o livro, deram autógrafos e conversaram com outras gestantes, cadeirantes e parlamentares. Um vídeo, com depoimento das três, emocionou a plateia.
Para a psicóloga Tatiana Rolim, mãe de uma menina de 1 ano e 10 meses, o olhar de estranhamento das pessoas e o despreparo dos profissionais de saúde são os problemas mais graves. “O pior são os médicos, que em sua maioria não sabem lidar com pacientes cadeirantes. Esse tipo de preconceito gera um grande prejuízo”, alerta. As autoras afirmam que há profissionais que sugerem a cadeirantes grávidas que façam aborto ou laqueadura de trompas.
“Numa cultura ainda segregante como a nossa, queremos mostrar que a maternidade é possível às cadeirantes. Esperamos que o livro chegue aonde não podemos estar e possa ajudar homens e mulheres, com ou sem deficiência”, completa a consultora Carolina Ignarra, mãe de uma menina de 6 anos.