PEC 3/2011 pode seguir agora para apreciação em Plenário
PEC que pretende acabar com voto secreto recebe aval dos deputados

Pronta para Plenário PEC que restringe voto secreto na ALMG

Comissão criada para analisar a PEC 3/11 aprovou parecer favorável ao projeto na forma do substitutivo nº 1.

23/05/2012 - 19:57

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/11, que restringe o voto secreto no Poder Legislativo, teve parecer favorável de 1º turno aprovado em reunião realizada nesta quarta-feira (23/5/12). A Comissão Especial que analisa o projeto, o qual altera os artigos 55,56, 62 e 70 da Constituição do Estado, optou por sua aprovação na forma do substitutivo n º1.

“Esta PEC pretende dar aos atos desta Assembleia maior transparência, moralidade e consonância com os anseios da sociedade”, declarou o deputado Sargento Rodrigues (PDT), primeiro signatário da proposição, ao lado de 27 outros parlamentares. O projeto original pretende manter o voto secreto apenas em alguns casos de perda de mandato, como o do parlamentar que incorre nas vedações previstas no artigo 57 da Carta mineira, daquele cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar, bem como do que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. A PEC original mantém o voto secreto, ainda, na deliberação acerca da exoneração, de ofício, do procurador-geral de Justiça, antes do término de seu mandato, bem como sua destituição, na forma da lei orgânica do Ministério Público.

O relator, deputado Sebastião Costa (PPS), opinou pela aprovação da PEC na forma do substitutivo nº 1, que mantém o voto secreto também na deliberação sobre o veto do governador e na eleição da Mesa da Assembleia. O substitutivo, no entanto, propõe a extinção do voto secreto para a aprovação da escolha: de conselheiros do Tribunal de Contas e dos membros do Conselho de Governo, indicados pelo governador; dos integrantes do Conselho Estadual de Educação e do Conselho de Defesa Social; de interventor em município; dos presidentes e dos diretores do sistema financeiro estadual e de titular de cargo, quando a lei o determinar.

A proposta original também pretende acrescentar parágrafo ao artigo 56 da Constituição do Estado, indicando que “no caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos, dentro de 24 horas, à Assembleia Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão e autorize ou não a formação de culpa”. O relator observou que o dispositivo não pode ser inserido na Constituição mineira, por ir contra emenda inserida na Constituição Federal.

Durante a reunião da comissão, o deputado Sargento Rodrigues observou que o Brasil vive um momento “de extrema transformação social”. “Temos de acabar com o voto secreto; este, deve ser apenas o do eleitor. Os princípios de moralidade e de publicidade na administração pública caminham juntos. Os deputados precisam perder o medo do voto aberto. Entendo que o substitutivo já representa um primeiro avanço no caminho da transparência”, destacou. O deputado sugeriu que os membros da comissão adiassem a votação do parecer, pois avaliou que a proposta de restringir o voto secreto deveria ser ampliada.

O deputado Lafayette de Andrada (PSDB) também manifestou o desejo de que a votação do parecer fosse adiada. Contudo, o parlamentar defendeu a ideia de que os votos secretos, já previstos na Constituição do Estado, deveriam ser mantidos. “O voto secreto existe para proteger o parlamentar de possível pressões do Executivo e de outros grupos. Ele funciona como um escudo para que o deputado possa votar apenas com sua consciência, sem sofrer pressões. O voto do deputado é sempre aberto, mas deve haver as situações de exceção”, defendeu.

A comissão, no entanto, decidiu por aprovar o parecer do deputado Sebastião Costa. A PEC 3/11 segue, agora, para apreciação em Plenário.

Consulte o resultado da reunião.