Moradores temem que ETE  a ser implementada siga os mesmos padrões da ETE Bananeiras, que tem causado problemas
José Ricardo Sírio, presidente da Câmara, disse localização da futura ETE pode representar risco de contaminação da lagoa que abastece a cidade
O gerente do distrito do Alto Paraopeba da Copasa, Glauco Dias Sampaio, garantiu que não existe a possibilidadede contaminação das águas da lagoa

População cobra da Copasa informações sobre ETE em Lafaiete

Reunião que discutiu o assunto foi realizada nesta segunda-feira (23) no município da Região Central.

23/04/2012 - 15:55

Moradores e representantes políticos da região de Conselheiro Lafaiete (Região Central) cobraram da Copasa esclarecimentos e maior transparência no processo de implementação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Ribeirão Ventura Luiz, no bairro Água Preta. Durante a audiência pública realizada no município pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta segunda-feira (23/4/12), os presentes mostraram preocupação com a possibilidade da ETE seguir os mesmos padrões de outra estação já existente (ETE Bananeiras),que tem causado problemas para a população. Entretanto, eles ouviram de representantes da Copasa a garantia de que os erros não se repetirão no novo projeto.

O presidente da Câmara Municipal, José Ricardo Sírio, apontou que uma das preocupações na instalação da ETE do Ribeirão Ventura Luiz seria com a sua localização, poucos metros acima de uma lagoa de captação de água da Copasa, responsável por parte do abastecimento da cidade. Na sua avaliação, o local escolhido pode representar um risco de contaminação da lagoa, caso haja um rompimento da barragem.

Ele também lembrou e lamentou o fato de moradores sofrerem com a falta de abastecimento de água e de rede de esgoto tratado na mesma região onde se pretende construir a nova estação. O mesmo fato foi também lembrado pelo deputado Glaycon Franco (PRTB).

O presidente do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema), Ricardo da Rocha Vieira, cobrou da Copasa garantias de que os erros cometidos na época da construção da ETE Bananeiras não se repitam na nova estação do Ribeirão Ventura Luiz. Ele também manifestou preocupação com a possibilidade de o esgoto vir a ser descartado no Ribeirão Ventura Luiz, o que, segundo ele, não pode acontecer.

De acordo com o presidente da Comunidade do Bairro Água Preta, Wiladerlan Alves de Souza Júnior, a ETE Bananeiras, além de provocar mau cheiro e incômodo para a população que vive na região, não estaria fazendo a coleta e o tratamento do esgoto de forma eficiente.

Copasa garante que projeto de nova ETE não trará problemas para a população

O gerente do distrito do Alto Paraopeba da Copasa, Glauco Dias Sampaio, garantiu que com a construção da nova ETE, no bairro Água Preta, não existe a possibilidade de rompimento da barragem e nem mesmo de contaminação das águas da lagoa de captação da Copasa, que fica próxima do local.

Diante de questionamentos feitos pela população, Sampaio ainda esclareceu que a ETE Bananeiras não estaria funcionando perfeitamente em face das chuvas do início do ano, que causaram o rompimento de um interceptor de coleta do esgoto. Contudo, afirmou que o processo de recuperação da estação já foi iniciado e que, em breve, ela voltará a funcionar normalmente. Ele também garantiu que os problemas verificados na estação serviram de base para aprimorar o projeto da ETE Ventura Luiz. “Os problemas com a ETE Bananeiras nos levaram a evoluir o projeto da ETE Ventura Luiz”, afirmou.

O gerente da Copasa ainda afirmou que já estão sendo estudadas soluções para o bairro Água Preta, para que ele seja abastecido com água tratada, e que a construção da ETE Ventura Luiz está diretamente ligada ao recebimento de tratamento de esgoto pelo bairro vizinho, de Rancho Novo.

Por fim, Sampaio ressaltou a importância de se fazer investimentos na área de sanemaneto básico, citando dados da Organização Mundial de Saúde, que aponta que a cada um real investido em saneamento é feita uma economia de seis reais na área da saúde.

Processo – De acordo com o gerente da Copasa, Túlio Monteiro, responsável pelo projeto de engenharia da ETE Ventura Luiz, o processo que será adotado na estação é biológico, ou seja, não vai utilizar produtos químicos ou energia elétrica para tratar o esgoto. Monteiro também explicou algumas das fases de tratamento que serão adotadas na ETE, incluindo o tratamento preliminar do esgoto, destinado à retirada do lixo; a instalação de filtros decantadores, bem como de leitos de secagem, para a desidratação da sujeira retirada e o seu encaminhamento a um aterro sanitário. Ainda de acordo com o gerente, toda a estação se caracteriza como um ambiente confinado, destinado ao controle, captação e ao tratamento de odores em todas as fases do processo. “ Uma instalação dessa não é feita para causar desconforto à população”, garantiu Monteiro

O deputado Juninho Araújo (PTB), que solicitou a reunião, ressaltou que a população teme os efeitos que a construção da nova ETE possa trazer à comunidade local, bem como ao meio ambiente. Para o deputado federal Eros Biondini (PTB), é preciso acelerar as políticas públicas que geram qualidade de vida para a população.

O prefeito de Conselheiro Lafaiete, José Milton de Carvalho Rocha, afirmou que a ETE é um grande avanço para a cidade e que a Copasa tem trabalhado para resolver os problemas técnicos na estação do rio Bananeiras.

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