A maior parte da estrada ainda não está pavimentada
Comissão tinha visitado o local em maio de 2011; nesta nova visita, deputados constatam que não houve avanços nas obras

Comissão vai cobrar reinício de obras da Estrada do Parque

Parlamentares visitam Marliéria (Rio Doce), onde rodovia está com obras interrompidas há mais de um ano.

23/04/2012 - 18:26

A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai cobrar do Governo do Estado o reinício das obras de pavimentação da Estrada do Parque, paralisadas há mais de um ano. A informação foi prestada pelo vice-presidente da comissão, deputado Celinho do Sinttrocell (PCdoB), que participou de visita à rodovia que liga o município de Marliéria (Rio Doce) ao Parque Estadual do Rio Doce. A iniciativa de levar ao governador a reivindicação, juntamente com um relatório sobre a visita, partiu da deputada Rosângela Reis (PV), que requereu o evento.

Licitada em 2009 e tendo como ganhadora a Construtora Oriente, a obra só teve execução de cerca de 45%, o equivalente a aproximadamente 8 km de asfalto, e a previsão era de término em abril do ano passado. Em função dos constantes atrasos, o DER-MG cancelou o contrato com a empresa, aplicando as penalidades cabíveis, segundo o coordenador regional do órgão, Nívio Pinto de Lima. Ele disse que a obra já está sendo relicitada, depois do encerramento definitivo do contrato, com o julgamento de todos os recursos apresentados pela construtora.

Nívio de Lima disse acreditar que, ainda este ano, a obra será reiniciada. Pelos seus cálculos, com a nova licitação na praça em breve, a previsão é de que em aproximadamente 90 dias se chegue ao resultado, com a escolha da empresa vencedora. Após essa etapa, disse Nívio, cabe ao governador autorizar a volta das obras, destinando os recursos necessários – na primeira licitação, de 2009, foram previstos para a pavimentação R$ 17 milhões para os 17 km da estrada e mais 6 km dentro do parque estadual.

Parlamentares percorrem trechos críticos da rodovia

Na visita, os parlamentares percorreram parte da estrada, parando em trechos considerados críticos pelo prefeito da cidade, Waldemar Nunes de Souza. Além deles, participaram da visita o presidente da Câmara Municipal, vereador Geraldo Rodrigues; o diretor do Parque Estadual do Rio Doce, Vinícius de Assis; o prefeito de Mesquita e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Aço (Amva), José Euler; ambientalistas, servidores municipais e do Instituto Estadual de Florestas (IEF), entre outros.

Em um dos trechos ainda não asfaltados, a enxurrada abriu vários sulcos na terra, com grandes fendas que reduziram a largura da estrada, dificultando o tráfego. O receio do prefeito Waldemar é de que, com a volta do período chuvoso, a erosão se amplie, o que pode provocar até mesmo a interrupção do tráfego. Noutro trecho, uma enorme vossoroca que se formou abaixo do caminho, está prestes a atingi-lo.

Outro estrago, este provocado não pela natureza, mas pela Construtora Oriente, foi a implosão de rochas na beira da rodovia. Ambientalistas presentes afirmaram que essas pedras não eram obstáculo para a estrada, pois ficavam ao lado dela, mas a empresa teria alegado que utilizaria o material na própria obra, o que não ocorreu. Em vez disso, as rochas partidas foram jogadas no meio da mata situada abaixo da estrada, sem falar que a implosão também provocou a erosão em um barranco lateral.

Descaso – O prefeito Waldemar de Souza reclamou também do que chamou de descaso do DER-MG, por não ter comunicado anteriormente e em caráter oficial o cancelamento do contrato com a Construtora Oriente. “Tudo que ficamos sabendo foi por meio dos jornais”, criticou. Ele lembrou ainda que a manutenção da Rodovia Parque Bispo Dom Helvécio, nome oficial da estrada, já está sendo feita pela Prefeitura de Marliéria, uma vez que nem a empresa e nem o próprio DER estão atuando.

Em resposta, Nívio de Lima, do DER, disse que a prefeitura não deve se responsabilizar pela estrada. “Qualquer problema verificado deve ser repassado ao DER-MG”, recomendou. Respondendo a pergunta de Celinho do Sinttrocell sobre se o novo contrato da obra previa outras intervenções além das que estavam na primeira licitação, Nívio respondeu afirmativamente. “Percebemos que o projeto inicial precisava de algumas adequações. As chuvas ocorridas em três anos danificaram muito vários trechos, principalmente os taludes na serra”, declarou. Para corrigir esses problemas, a nova licitação contempla várias obras de contenção, algumas previstas no projeto original e outras não, afirmou o representante do DER.