Antes da arguição, Mário Neto Borges apresentou o balanço da Fapemig nos últimos dez anos

Indicado à Fapemig é sabatinado em Comissão Especial

Mário Neto Borges foi indicado pelo governador para seu segundo mandato.

12/04/2012 - 17:28

Induzir e fomentar a pesquisa e inovação científica e tecnológica para desenvolvimento do Estado. Essa é a missão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), cujo presidente, Mário Neto Borges, foi sabatinado na tarde desta quinta-feira (12) por membros de Comissão Especial na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Esta é a segunda vez que Mario Neto é indicado ao cargo pelo governador de Minas Gerais. Antes de ser arguido pelos deputados, ele apresentou um balanço da gestão da Fapemig nos últimos dez anos, abrangendo as mudanças estruturais pelas quais a Fundação passou em 2007 e em 2011, com a implantação das leis delegadas 138, de 2007 (revogada) e 180, de 2011. Ele destacou conquistas importantes da instituição, como o aumento expressivo no número de bolsistas beneficiados, que passou de 744 em 2003 para 6.800 em 2011.

Após a apresentação, o deputado e relator Rômulo Viegas (PSDB) parabenizou Mário Neto pela explanação. O deputado Fabiano Tolentino (PSD) questionou a respeito da Cidade das Águas e pediu ao presidente da Fapemig que desenvolvesse o tema. Em resposta, ele destacou a importância da iniciativa, afirmando que o projeto irá contribuir para a melhoria, preservação e reciclagem dos recursos hídricos de Minas Gerais, a “caixa d'água do Brasil”.

O deputado Duilio de Castro (PMN) ressaltou que a apresentação feita pelo presidente da Fapemig mostrou o grande conhecimento que ele possui sobre a Fundação e os números revelam tudo o que a instituição conseguiu alcançar na última década. Segundo ele, “sem Ciência e Tecnologia não temos como avançar. O Brasil ainda está engatinhando em termos de pesquisa e investimento nessas áreas. Mas o caminho é esse, não tem outro”. O deputado questionou se o investimento humano que foi feito na Fundação é suficiente e se Mário Neto acredita que o atual número de funcionários que a Fapemig possui seria satisfatório para que, no futuro, crescesse cada vez mais. O presidente destacou a construção do prédio da nova sede da empresa, na Avenida José Cândido da Silveira, e ressaltou que o futuro quadro estimado é de 260 servidores, 78 a mais que o número atual. Segundo ele, “mesmo durante a crise, o Governo de Minas sempre teve atenção com a Fapemig e não cortou recursos". "Mas gostaríamos de poder realizar novos concursos públicos e de poder contar com o apoio da Assembleia na hora certa”, disse.

Patentes – O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) perguntou a respeito do recebimento de royalties por parte da Fundação, ao que Mário Neto respondeu que, quando a patente é gerada, três envolvidos no processo são beneficiados: a instituição que apoia o pesquisador (nesse caso, a Fapemig); a instituição que ajuda o cientista no desenvolvimento do trabalho (universidade ou centro tecnológico) e o inventor. Ele concluiu sua fala dizendo que os royalties são bem-vindos, mas não são o foco do trabalho da Fundação. Adelmo Leão declarou então que a Fapemig jamais deveria abrir mão dos royalties, pois eles são de direito da instituição. “Vocês precisam desses reais e de investimentos para que a pesquisa possa gerar evolução, renovação e até mesmo revolução”, completou. Ao final da reunião, o relator Rômulo Viegas leu o parecer sobre a indicação nº 36/2012, aprovando a recondução do candidato à presidência da Fapemig.

Currículo – Mário Neto Borges é graduado em Engenharia Elétrica pela PUC Minas; mestre em acionamentos elétricos pela UFMG e doutor em Inteligência Artificial Aplicada à Educação, pela Universidade de Huddersfield (Inglaterra). Ele lecionou em universidades como PUC-Minas, UFMG e Universidade Federal de São João Del Rei. Borges ingressou na Fapemig no cargo de Diretor Científico, em 2004, e inicia sua segunda gestão como presidente, sendo que seu primeiro mandato foi de 2009 a 2011.

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