Sociedade Mineira de Nefrologia alertou que prevenção pode reduzir o número de pacientes que precisam de diálise ou transplante
Investimento em prevenção para controlar o crescimento de doentes renais é defendido

Nefrologistas alertam para cuidados com fatores de risco

Especialistas apontam obesidade, hipertensão e diabetes como agravantes de quadros como insuficiência renal.

07/03/2012 - 13:22

Menos sal, açúcar e gordura na alimentação podem contribuir para evitar problemas nos rins e reduzir o número de pacientes com doença renal crônica (DRC), que chega a 10 milhões no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). A prevenção foi destacada por especialistas durante audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (7/3/12), para discutir o assunto. A reunião foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Carlos Mosconi (PSDB), e faz parte de uma série de eventos programados pela Sociedade Mineira de Nefrologia para esta quinta (8), quando será lembrado o Dia Mundial do Rim.

O presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Ricardo Furtado Carvalho, alertou que, neste século, aumentou o número de diagnósticos de insuficiência renal crônica e que grande parte dos pacientes são obesos, hipertensos ou diabéticos. Para melhorar os resultados do tratamento, ele destacou a necessidade do trabalho de equipe multidisciplinar, composta por psicólogos ou psiquiatras, assistentes sociais, nutricionistas, enfermeiros e médicos. Ricardo Carvalho afirmou que “se não for investido em prevenção, em dez anos o número de pacientes que precisam de terapia substitutiva (diálise ou transplante renal) vai dobrar”.

A nefrologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Patrícia Vasconcelos Lima, salientou que um bom tratamento no início das doenças renais é importante para a qualidade de vida do paciente e para prepará-lo para o caso de diálise. Para a docente, as máquinas disponíveis no Estado para a filtragem do sangue são eficientes, mas o tratamento é caro e restringe a vida das pessoas com os rins comprometidos.

Quadro na Capital - Em Belo Horizonte, no ano passado, em média 2.200 pacientes foram tratados por mês, sendo 58,9% moradores da Capital e 41,1% da Região Metropolitana. A faixa etária mais atendida é a de 40 a 60 anos e a maioria dos pacientes é homem. Os dados são da Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes (CMNT) da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, que tem como funções autorizar procedimentos de alta complexidade e supervisionar os centros de transplante e diálise que prestam serviço para a Prefeitura, entre outras. Segundo a epidemiologista e coordenadora da CMNT, Márcia Dayrell, a taxa de mortalidade em 2011 foi de 11,7%, menor que a média nacional de 2009, de 17%.

Transplante - O deputado Carlos Mosconi defendeu mais ações para facilitar o transplante de pacientes com doenças renais graves, embora tenha reconhecido os esforços do Estado em relação ao assunto.

O deputado Neider Moreira (PSD) comentou que a média de idade dos pacientes em tratamento aumentou em comparação com os dez últimos anos, o que demonstra a evolução do padrão de atendimento. Os deputados Hely Tarqüínio (PV) e Doutor Wilson Batista (PSD) afirmaram que o modelo brasileiro ainda é baseado no tratamento de doenças, não em sua prevenção. O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) acrescentou que, para evitar complicações à saúde, é necessário disciplina e orientação adequada. 

Consulte o resultado da reunião.