Comissão quer revitalizar Associação Mineira de Paraplégicos
Em visita à sede, deputados prometeram realizar audiência pública para buscar alternativas de recuperação da entidade.
29/02/2012 - 18:12A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pretende realizar audiência pública com a finalidade de buscar alternativas para a recuperação e manutenção da Associação Mineira de Paraplégicos (AMP). A proposta foi feita na tarde desta quarta-feira (29/2/12) pelo presidente da comissão, deputado Doutor Wilson Batista (PSD), com o apoio do deputado Marques Abreu (PTB), durante visita à sede da entidade, na Avenida do Contorno, 2665, no bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte.
Fundada em 1979, a instituição, que já viveu dias de glória com vários atletas associados participando de competições paraolímpicas e se organizando politicamente na defesa de seus direitos, hoje está praticamente abandonada. Com instalações deterioradas, contas atrasadas e há mais de oito anos sem direção, a entidade vem sendo mantida precariamente pelos cerca de 600 frequentadores, que uma vez por semana se reúnem no local, um espaço de aproximadamente 4 mil metros quadrados, e para o qual contribuem mensalmente com dois reais.
Gestão – Um de seus fundadores e ex-presidente, vereador Leonardo Mattos (PV), que recepcionou os deputados estaduais junto com outros ex-diretores e frequentadores, afirma que a instituição tem condições de se transformar num polo de treinamento e capacitação de atletas paraolímpicos e num centro de convivência para pessoas com deficiência. Entretanto, diz, para se reerguer, a entidade precisa de um gestor.
"A Associação Mineira de Paraplégicos praticamente não existe mais, desde 2004”, admite ele, lembrando que o terreno onde funciona foi doado pela Prefeitura. “Precisamos de um gestor para administrar o espaço, inclusive buscando parcerias com outras organizações voltadas para o atendimento de pessoas com deficiência, até para atrair recursos da iniciativa privada”, afirmou. Segundo ele, a gestão poderia se dar na forma de um Conselho Administrativo, por exemplo, ou ser encampada pela Prefeitura ou pelo Estado. Sem isso, diz ele, as empresas interessadas em investir no espaço não têm como fazê-lo.
Dívida com a Copasa chega a 100 mil reais
A entidade tem hoje uma dívida de R$ 100 mil com a companhia de águas do Estado, a Copasa. Para a limpeza do local, os frequentadores utilizam água de um poço artesiano. A água para consumo é fornecida por uma igreja vizinha ao prédio. A piscina está quebrada e suja, coberta por um líquido lodoso; a quadra carece de pintura e reparos, bem como as escadas, portas, janelas, móveis e demais equipamentos. Apesar de todas as dificuldades, a entidade ainda mantém dois times de basquete paraolímpico, um feminino e um masculino, e alguns poucos atletas individuais em outras modalidades esportivas.
Outra ex-presidente da associação, atualmente diretora de Desenvolvimento do Paradesporto da Secretaria Estadual de Esporte e Juventude, Rosana Bastos, destacou a necessidade de “resgatar a importância política do que foi esse espaço para a mobilização das pessoas com deficiência, sua luta e reivindicações”.
O deputado Marques Abreu considerou “um desperdício” um espaço tão grande e tão bem localizado permanecer abandonado. E disse que a proposta de realização de uma audiência pública certamente será “um bom ponto de partida, o primeiro passo” para a recuperação do local. O deputado Doutor Wilson Batista também lamentou o estado de abandono da instituição. “Saber que já prestou serviços tão relevantes à comunidade e hoje ver o espaço se deteriorando, é de entristecer”, afirmou. Por isso, disse que vai se empenhar para revitalizar a entidade, junto com os demais integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.