Obras no Independência geram discussão em Plenário
Reforma no estádio de futebol de Belo Horizonte leva deputados a embate político
16/02/2012 - 17:35Os problemas de visibilidade relacionados às obras no estádio Independência, no bairro do Horto, região Leste de Belo Horizonte, dominaram a maior parte dos debates no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no início da Reunião Ordinária desta quinta-feira (16/2/12). Enquanto a oposição, liderada pelo deputado Rogério Correia (PT), criticava a falta de visibilidade na arquibancada superior do estádio, parlamentares do governo tentavam minimizar o episódio, apontando os pontos positivos da reforma.
A discussão se deu um dia após a visita que 18 deputados estaduais fizeram ao estádio, a convite da Comissão de Esporte, Lazer e Juventude, acompanhados do secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo (Secopa), Sérgio Barroso. Na ocasião, a comitiva constatou o problema da falta de visibilidade nas arquibancadas do piso superior, o que motivou as críticas por parte da oposição, em Plenário.
Segundo o deputado Rogério Correia, não se pode admitir que o Governo do Estado inaugure o estádio com “seis mil pontos cegos” e tente resolver o problema apenas reduzindo o preço dos ingressos naquele setor da arquibancada. Em resposta, o deputado Rômulo Viegas (PSDB) afirmou que já foram solicitadas ao Governo do Estado providências para que a empresa responsável pelas obras faça as adaptações necessárias. Duílio de Castro (PMN) destacou os pontos positivos da obra, como “o gramado magnífico”, enquanto Gustavo Valadares (PSD) reafirmou que o governo já está buscando corrigir o problema dos seis mil lugares, cuja visibilidade foi “parcialmente comprometida”.
Por último, o deputado André Quintão (PT), embora admitindo que as obras deixaram o estádio “muito bonito”, afirmou que os problemas de visibilidade não podem ser escamoteados. “Se o Corpo de Bombeiros fez exigências para a colocação da grade (o que resultou em perda de visibilidade), temos que buscar uma solução”. “Em nome do bom senso, é melhor consertar o erro e completar a obra do que vendar os olhos diante do erro”, disse.
Saúde, educação e segurança pública também provocam disputa
A crise nos sistemas educacional e de saúde e as estatísticas da segurança pública no Estado também foram objeto de embate político entre os deputados. Rogério Correia criticou o governador Antonio Anastasia por ter defendido, em Brasília, a redução do índice de aumento para professores, em nível nacional, de 22% para 6,5%. “Como se não bastasse não ter cumprido o acordo com os professores em Minas Gerais, agora o governador quer reduzir também o piso dos professores no resto do País?”, criticou.
Ele condenou também a decisão do Comando Geral da Polícia Militar, que proibiu a divulgação de dados estatísticos que comprovam o aumento dos índices de violência em Minas Gerais, conforme reportagens dos jornais Hoje em Dia e O Tempo. Lembrou que o assunto será tema de debate em comissão no próximo dia 29.
Deputados governistas, como Rômulo Viegas, Duílio de Castro, Gustavo Valadares e Bonifácio Mourão (PSDB) defenderam o governo. No que diz respeito à questão do piso salarial dos professores, Viegas afirmou que não foi apenas o governador Anastasia que participou da reunião em Brasília para discutir o assunto. Segundo ele, a reunião teve a presença de vários governadores, inclusive do Espírito Santo e da Bahia. E observou que o assunto é sério, porque estados e municípios não dispõem de recursos para arcar com as despesas previstas.
Duílio de Castro criticou o Governo Federal em razão do mau estado de conservação das rodovias federais e pediu mais atenção da presidente Dilma Roussef para Minas Gerais. Gustavo Valadares disse que o governo Dilma “faz graça com o chapéu alheio”, referindo-se ao fato de o Governo Federal, “apesar de reter 70% da arrecadação de impostos, ter se isentado de investir em saúde, cortando quase seis bilhões de reais do orçamento do setor para 2012”. Quanto ao piso salarial dos professores, disse, “a União não pode exigir um reajuste de 22% se não ajudar com um único centavo”. Bonifácio Mourão também fez críticas à concentração de recursos nos cofres da União e lamentou que o BNDES empreste a empresas particulares com juros de 5,7% e do governo de Minas cobre juros de 7,5%.
Outro que fez críticas ao Governo Federal foi o deputado Arlen Santiago (PTB). Médico cancerologista, ele criticou o fato de que pacientes acometidos de câncer tenham que aguardar de quatro a cinco meses, desde o anúncio do diagnóstico, para poder iniciar o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele elogiou o trabalho desenvolvido pelo ministro Alexandre Padilha, da Saúde, mas criticou a equipe econômica de Dilma, que determinou um corte de quase seis bilhões de reais para o setor.
Finalmente, o deputado Célio Moreira (PSDB) fez críticas à administração municipal de Paraopeba (Região Central do Estado), alegando que a cidade está abandonada, com ruas esburacadas e repleta de lixo.
Consulte o resultado da reunião.