Deputados conversaram com moradores em busca de mais informações.

Relato de morador reforça suspeita de execução de sargento

Comissão de Direitos Humanos esteve em Esmeraldas para apurar morte de militar em clube

16/02/2012 - 20:10

O relato de um dos moradores de Esmeraldas (Região Metropolitana de Belo Horizonte) convenceu deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais de que a morte do sargento da PM Rafael Augusto Reis de Rezende, ocorrida em janeiro, não foi motivada por legítima defesa. O presidente da comissão, Durval Ângelo (PT), e o deputado Sargento Rodrigues (PDT) estiveram, nesta quinta-feira (16/2/12), na rua Vereador Antônio Costa Diniz, local onde o militar foi assassinado.

De acordo um funcionário do Clube Itaporã, de onde o militar havia saído, o corpo da vítima estava caído de costas para a entrada do estabelecimento; sua mão esquerda ainda segurava uma caneca de metal com cerveja e a direita estava próxima à sua perna. Na opinião dos dois deputados, isto mostra que ele foi morto pelas costas. Testemunhas ouvidas anteriormente disseram que um dos assassinos imobilizou o policial num golpe de gravata e fez dois disparos.

No clube ocorria um baile funk, no qual começou uma briga que culminou com a morte do policial militar do Grupamento de Ações Táticas (Gate). O sargento foi morto com sete tiros. Os acusados são os policiais civis Allan Ribeiro, 21 anos, conhecido como “Índio”, Alan dos Santos, 30, David Thiago Santos, 30, e Isaías Barbosa, 32.

O crime ocorreu na madrugada do dia 15 de janeiro deste ano. A morte ocorreu fora do clube, em frente uma das casas da rua. O funcionário afirmou que não presenciou o crime, pois saiu antes do momento em que ele ocorreu, mas viu o corpo na manhã do dia seguinte, quando retornou ao trabalho.

Uma das moradoras da casa onde o corpo foi encontrado também foi ouvida pelos deputados. O muro da casa, o passeio e o portão foram reformados esta semana. De acordo com a moradora, o trabalho foi feito com o consentimento da polícia. Ela afirmou que os peritos encontraram uma bala dentro do quintal de sua casa, e que ela teria atravessado o portão. A moradora negou ter testemunhado o crime, alegando que estava na zona rural da cidade. Um catador de latinhas que estava no clube também foi ouvido e disse que ouviu disparos e correu para o banheiro, não sendo, também, testemunha.

Investigações - Os dois deputados afirmaram que a comissão não vai parar com as investigações, enquanto os culpados pelo crime não forem punidos. Ambos pediram a colaboração da população para a elucidação dos fatos, argumentando que, se os assassinos continuam soltos, podem querer se livrar daqueles que assistiram ao fato. “Outros crimes podem acontecer”, advertiu Sargento Rodrigues. Durval Ângelo afirmou que a comissão já pediu ao Ministério Público a prisão preventiva dos acusados. “Isto deve tranquilizar a população”, acredita.