Mesmo não figurando entre as capitais com índices altos de atropelamento, Belo Horizonte implantou, há uma semana, uma campanha para reduzir o número de acidente e mortes e de proteção ao pedestre. O assunto foi discutido na Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta quinta-feira (15/12/11). Uma das sugestões é a da criação de uma frente parlamentar para discutir o tema permanentemente e a realização de um grande seminário em 2012.

O debate foi solicitado pelo deputado Carlos Henrique (PRB), que fez as duas sugestões e falou da importância da campanha da BHTrans e da necessidade de tornar Belo Horizonte um ambiente urbano onde prevaleça o respeito. Ele destacou os problemas que a cidade enfrenta com o crescimento da frota de veículos sem uma contrapartida em infraestrutura. Segundo ele, a sinalização precisa ser melhorada e ampliada, e as campanhas educativas precisam ser constantes, e não momentâneas.

Para o parlamentar, é preciso mudar o comportamento da população. Por outro lado, ele enfatizou que o pedestre também precisa ser inserido nas punições previstas na legislação. Este pensamento foi compartilhado por todos os convidados da audiência. Carlos Henrique lembrou de campanhas em outras cidades, como Brasília, onde o comportamento do motorista foi drasticamente alterado e o trânsito, humanizado.

Belo Horizonte teve 3 mil atropelamentos em 2010

A campanha Proteção ao Pedestre, da BHTrans, partiu do pressuposto de que mesmo com índices estabilizados de atropelamentos e mortes, é preciso melhorá-los. Segundo o representante da empresa, Humberto Paulino, 3 mil atropelamentos foram registrados na cidade no ano passado, com 105 mortes, a maioria de idosos. Segundo ele, apesar de estes números já terem sido muito maiores, ainda são inadmissíveis.

A campanha, que iria começar somente em abril do ano que vem, foi antecipada devido ao aumento de atropelamentos nesta época do ano. Por isso a BHTrans lançou um programa piloto na área do Mercado Central, com o uso de agentes da empresa, com a colaboração da Guarda Municipal e do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar. Trata-se de ações de acenos e apitos para chamar a atenção dos motoristas para a necessidade de respeitar a travessia dos pedestres nas faixas.

A campanha consta de um aceno de mão para que o motorista veja o pedestre e dê a ele a passagem em sua faixa. “Foi constatado que mesmo com sinalização,  faixa de pedestre e redutores de velocidade, os acidentes continuam, por isso, a campanha precisa conscientizar os motoristas”, destacou Mônica Aguiar, também da BHTrans. Ela detalhou as fases da campanha e disse que a fiscalização e a sinalização não são suficientes. “É preciso mudar comportamentos”, afirmou.

O aumento crescente da frota de veículos do Estado foi um dos motivos lembrados pela coordenadora de Infrações e Controle do Condutor do Detran-MG, delegada Inês Borges Junqueira, para saudar a campanha da BHTrans. Ela também pediu penalização para o pedestre e mais rigor nas penas administrativas, defesa feita também pelo subcomandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, major Alessandro Crosara Petronzio. Para ele, a lei deve ser mais rigorosa não só no aspecto financeiro, mas na proibição do direito de dirigir.

Confira resultado da reunião