A PEC 8/11 altera o parágrafo primeiro do artigo 59 da Constituição do Estado
Fim da posse de suplentes no último mês da Legislatura recebe parecer favorável

PEC que veda posse de suplente no recesso passa em comissão

Objetivo é evitar gasto público com o chamado mandato tampão no período em que não há atividade legislativa.

13/12/2011 - 17:07

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais deu mais um passo no sentido de vedar a posse de suplente de deputado durante o recesso parlamentar. Esse é o conteúdo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/11, que recebeu parecer favorável da comissão criada para analisá-la, em reunião realizada nesta terça-feira (13/12/11). A proposição é assinada por um terço dos membros do Legislativo mineiro, tendo como primeiro signatário o deputado Ulysses Gomes (PT).

A PEC 8/11 altera o parágrafo primeiro do artigo 59 da Constituição do Estado. De acordo com a nova redação, o suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura de deputado em cargos e de licença superior a 120 dias. A posse no recesso fica proibida, exceto na hipótese de convocação extraordinária da Assembleia. Nesse caso, a posse se daria no primeiro dia da sessão extraordinária.

O relator e vice-presidente da comissão, deputado Gustavo Valadares (PSD), destaca, no parecer, que a posse de suplentes no recesso parlamentar gera gastos num período em que praticamente não há atividade legislativa. A permissão da posse no caso de convocação extraordinária, na visão do relator, é uma solução conciliatória entre a necessidade da atuação do Legislativo, com os 77 membros que o compõem, e a postura de austeridade e zelo no trato dos recursos públicos.

O parecer ressalta que a proposta encontra respaldo jurídico no artigo 25 da Constituição da República, segundo o qual os estados organizam-se e regem-se pelas constituições e leis que adotarem, observados os princípios da Lei Maior. Entretanto, a PEC gera polêmica em função de a Constituição federal fixar o número de deputados das Assembleias, como ressalva o próprio Ulysses Gomes. Por outro lado, tramita no Congresso proposta para vedar a posse de suplente no recesso em todas as casas legislativas.

Ulysses Gomes afirmou que vai continuar a luta para que a ALMG seja pioneira e dê mais esse exemplo de austeridade ao Brasil. Segundo ele, cada mandato “tampão” custa, em média, R$ 100 mil aos cofres públicos brasileiros. “Essa proposta responde aos questionamentos da sociedade e da mídia e está em consonância com a vontade popular de um melhor gasto público”, salientou.

O presidente da comissão, deputado Hely Tarqüínio (PV) ressaltou que a proposta é moralizadora e apoiou o que chamou de “resistência à situação jurídica”, anunciada por Ulysses Gomes.

Confira o resultado da comissão.