Discussão de parecer sobre projeto que altera alíquotas de ICMS também foi adiada

Comissão adia discussão de projeto sobre cartórios

Deputados pediram vista do parecer que propõe alterações no PL 1.782/11

01/12/2011 - 19:26

A votação do parecer de 1º turno sobre o Projeto de Lei (PL) 1.782/11 foi adiada na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais por um pedido de vista do deputado Antônio Júlio (PMDB). O projeto altera a Lei 15.424, de 2004, que trata de fixação, contagem, cobrança e pagamento de emolumentos sobre atos praticados pelos serviços notariais e de registro, recolhimento da Taxa de Fiscalização Judiciária e compensação dos atos sujeitos à gratuidade estabelecida em lei federal, e estava na pauta da comissão nesta quinta-feira (1º/12/11).

O relator da matéria, deputado Doutor Viana (DEM), leu seu parecer opinando pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 2, que apresentou.
De autoria do deputado Gilberto Abramo (PMDB), a proposição altera o inciso I do artigo 7º, que inclui entre os emolumentos fixados na norma traslado, anotações e comunicações determinadas por lei, diligências, gestões essenciais à realização do ato notarial ou de registro. A nova redação do dispositivo exclui as comunicações e anotações e inclui o protocolo.

A matéria muda ainda o artigo 37, para que sejam atualizados os valores de ressarcimento pelos registros de nascimento, óbito e casamento e da renda mínima das serventias deficitárias. Também muda o artigo 34, para que seja observada a ordem de prioridade dos itens desse dispositivo, atendendo ao objetivo da lei, que seria o de promover, primeiramente, a compensação da gratuidade ao Registro Civil das Pessoas Naturais.

O PL 1.782/11 também promove alteração no artigo 35, visando a esclarecer que seria uma faculdade do registrador e notário efetuar os depósitos mensais ou diários aos Recursos de Compensação (Recompe). Por fim, é alterado o item 1 da Tabela 7 da lei, que trata da habilitação, que é o procedimento prévio para o casamento civil em cartório, para a realização de casamento religioso com efeitos civis e para a conversão administrativa da união estável em casamento. Esse processo habilita os noivos ao casamento civil, religioso e por conversão de prévia união estável. Para o autor do projeto, manter apenas o termo 'habilitação' impossibilitaria a cobrança de casamentos por determinação judicial.

Substitutivo –
De acordo com o parecer, o substitutivo nº 2 “trata a matéria de forma direta e pontual, eliminando dispositivos que carecem de uma melhor discussão com a sociedade.” No parecer, o relator afirma ainda que as medidas propostas não afetam o equilíbrio financeiro-orçamentário, não geram novas despesas para o Estado e nem ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Tais medidas afetam basicamente a relação entre as serventias e o público usuário e o aprimoramento dos mecanismos de fiscalização e controle”, concluiu o relator

Projeto sobre reduções de alíquota de ICMS recebe novo substitutivo

O deputado Ulysses Gomes (PT) também pediu vista do parecer do deputado Antônio Júlio sobre as emendas apresentadas em Plenário ao PL 2.447/11, que autoriza a concessão de incentivos e benefícios fiscais pelo Poder Executivo. O projeto tramita em 1º turno e reduz para até 0% a carga tributária nas operações internas com tijolos cerâmicos, tijoleiras de cerâmica, tapa-vistas de cerâmica, telhas cerâmicas, manilhas e conexões cerâmicas, areia e brita) e cria adicional de alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) incidente sobre produtos como bebidas alcoólicas, cigarros e armas.

O deputado Antônio Júlio leu seu parecer opinando pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1, e rejeitando as emendas de nºs 2 a 10, que tinham o objetivo de reduzir alíquotas de ICMS para outras operações. A emenda n° 1, incorporada ao substitutivo, acrescenta a laje pré-fabricada entre os produtos com carga tributária nas operações internas reduzida a até 0%.

Entre as mudanças introduzidas pelo substitutivo, está a ampliação do alcance da redução a 12% da carga tributária nas operações promovidas pelo estabelecimento industrial com ferros, aços e materiais de construção, que se encontra em vigor, às operações promovidas pelos centros de distribuição pertencentes ao mesmo contribuinte. Isso porque, segundo o parecer, diversas empresas, por questões operacionais e de logística, não promovem a venda de seus produtos por meio do estabelecimento industrial, mas, sim, por meio de seus centros de distribuição.

O novo texto também propõe autorizar a isenção tributária nas operações internas com concreto cimento ou asfáltico destinados a construtora para emprego em obra pública, a fim de reduzir os custos dessas obras. A redução também se aplicaria às operações internas com capacete para motociclista, para favorecer a utilização do equipamento de segurança. O projeto também propõe redução para até 0% da carga tributária para incentivar a instalação, em território mineiro, de estabelecimentos industriais que gerem empregos no Estado.

O substitutivo também altera o artigo 12-A, que o projeto original pretende inserir na Lei nº 6.763, de 1975, com o objetivo de retirar as operações com cigarros embalados em maço do rol das mercadorias sujeitas ao adicional de alíquota do ICMS destinado a financiar o Fundo de Combate à Pobreza. O objetivo seria evitar que um eventual aumento de preço desses produtos implique avanço do mercado ilegal e, por consequência, uma queda nas vendas e na arrecadação tributária do setor.

Aprovados –
Na reunião foram aprovados pareceres de 2º turno favoráveis aos PLs 955/11, 1.007/11, 2.087/11 e 2.220/11, que tratam de doação e reversão de imóveis. Foi concedida vista do parecer sobre o PL 2.292/11 ao deputado Ulysses Gomes. O projeto, do governador, autoriza o Executivo a alienar, por meio de venda, vários imóveis.

Durante a reunião, o deputado Antônio Júlio questionou a velocidade com que projetos importantes, do governador, têm tramitado na Assembleia. Ele destacou a necessidade de debate sobre essas matérias e alegou que não está havendo tempo hábil para isso.

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