Deputados e autoridades questionam construção do terminal remoto no Aeroporto Tancredo Neves
Representante da Infraero fala sobre obras no aeroporto de Confins e apresenta ações para evitar transtornos em dezembro

Autoridades criticam plano de expansão em Confins

Deputados e representantes de órgãos do Estado avaliam que terminal remoto não deveria ser prioridade

29/11/2011 - 14:38

Para explicar ações que visam evitar atrasos nos voos em dezembro e prestar esclarecimentos sobre obras planejadas para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, a superintendente do aeroporto, Maria Edwirges Madeira, participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião foi promovida pelas comissões de Esporte, Lazer e Juventude e de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo nesta terça-feira (29/11/11).

Maria Edwirges explicou que uma série de ações está sendo planejada pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), órgão que administra os principais aeroportos do País, para minimizar os transtornos causados pelo crescimento do fluxo de passageiros em Confins. Uma delas é a construção de um segundo terminal de passageiros, chamado de terminal remoto. O anúncio, no entanto, causou questionamentos entre autoridades e deputados presentes.

Segundo o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Luiz Antônio Athayde, “a escolha da Infraero em fazer o terminal remoto não foi a melhor decisão para Minas Gerais”. Em sua opinião, o que deveria estar sendo planejado é a construção do Terminal 2, decisão que, segundo o subsecretário, já havia sido tomada em 2009 por setores envolvidos com o aeroporto. “Se fizerem o terminal remoto, duvido que o 2 saia do papel”, disse.

Obras - Para Athayde, o remoto é o “terminal do susto”, pois teria sido pensado em 2010, quando percebeu-se que o número de passageiros estava excedendo a capacidade do aeroporto. “Ele irá resolver o problema por 1 ou 2 anos. Erraram no planejamento. Por que não se usa o valor que vai ser gasto no remoto para já começar a construir o terminal 2?”, questionou. O deputado Antônio Júlio (PMDB), concordou com o subsecretário. “É muito gasto sendo desperdiçado. O Confins vai receber um 'puxadinho' como se fosse a solução”, criticou, dizendo que é, também, a favor da construção imediata do terminal 2.

Para o deputado Vanderlei Miranda (PMDB), autor do requerimento para a audiência pública, “falta organização e organograma de obras” em Confins. “Se em 2010, com menor número de passageiros do que o previsto para os próximos anos, tivemos gargalos no aeroporto, imagina o que virá”.

Além da previsão de construção dos terminais remoto e 2 nos próximos anos, estão em andamento reformas no pátio do aeroporto e no terminal 1. Maria Edwirges falou sobre os benefícios da reforma no principal terminal de Confins. “As obras irão resolver questões do check in, por exemplo. O projeto novo fará com que os balcões das companhias aéreas virem 'ilhas' e todos serão compartilhados”, explicou. Segundo ela, grande parte dos investimentos será, ainda, voltada para renovar e substituir ar condicionado, escadas rolantes, elevadores e outros setores do local.

Fim de ano – Para a temporada de fim de ano, segundo Maria Edwirges, o “pulmão” do aeroporto será o terceiro pavimento. Segundo ela, um “ambiente confortável” receberá passageiros de voos extras ou atrasados, evitando transtornos com clientes de voos regulares. Estão previstos, também, reforço de funcionários, com a finalidade de agilizar informações demandadas, aumento de canais de inspeção, para evitar filas, e presença de um setor do juizado de menores.

De acordo com a superintendente do aeroporto, haverá balcões especiais das companhias áereas para atender reclamações. “As companhias têm dado ênfase, também, à questão do check in pela internet, para que o passageiro possa escolher o assento com antecedência, chegar ao aeroporto e ter agilidade no despacho das bagagens”, disse. Outras ações desenvolvidas para dezembro serão a disponibilidade de ônibus extras saindo da rodoviária de Belo Horizonte e aumento do número de táxis no aeroporto.

Ainda para essa temporada, Maria Edwirges afirmou que estará funcionando o Centro de Gerenciamento Aeroportuário, que irá monitorar o dia a dia do local. “No ambiente, que funcionará no primeiro andar, será possível visualizar o check in e o embarque e o desembarque, por exemplo, possibilitando fazer intervenções junto às companhias aéreas”, disse.

O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) destacou a importância das ações. “É um período de férias e festas e de grande movimentação nos aeroportos”. O deputado Tenente Lúcio (PDT) concordou: “É preciso tentar evitar atrasos que podem ocorrer devido aumento de passageiros em dezembro”. Para Rômulo Viegas (PSDB), a “discussão serve como referência para as copas da Confederação e do Mundo” nos próximos anos.

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