Para o presidente da Associação dos Moradores do Petrovale, Flávio Manoel, não há vagas suficientes no ensino médio para os estudantes da região.

Moradores do Petrovale cobram mais vagas para ensino médio

A comunidade de Betim pede a construção de uma escola, obra que deve contar com ações conjuntas do Estado e Município

28/11/2011 - 18:05

A construção imediata de uma escola estadual que ofereça vagas suficientes de ensino médio aos jovens da região é a principal reivindicação dos moradores do bairro Petrovale, em Betim. A demanda foi apresentada nesta segunda-feira (28/11/11), em audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Embora apresente índice de crescimento populacional de até 15% ao ano, a região onde está o bairro Petrovale conta, atualmente, apenas com a extensão da Escola Estadual Professora Vera Maria Rezende, cuja sede está instalada em outro bairro do município. Sem espaço próprio, o anexo funciona precariamente, desde 2004, em um espaço cedido pela Escola Municipal Valério Ferreira Palhares.

Segundo o presidente do Grêmio Estudantil da Escola Estadual Professora Maria Rezende, Yan Victor Leal,  faltam laboratórios de física e informática, biblioteca com material didático adequado e até merenda escolar para os alunos do ensino médio, que só têm a opção de estudar no turno da noite.

O presidente da Associação Comunitária dos Moradores do Petrovale, Flávio Manoel Rodrigues da Silva, afirmou que as atuais vagas disponíveis para ensino médio não atendem os alunos que se formam na escola municipal, nem os moradores que desejam retomar os estudos em busca de melhor inserção no mercado de trabalho. “Aqueles que têm melhores condições financeiras, procuram escolas em outros bairros ou em Contagem. Os demais, infelizmente, têm de interromper os estudos”, lamentou.

A vice-diretora da Escola Estadual Vera Maria Rezende, Lílian Melo Alves, expôs as dificuldades sofridas em virtude da falta de espaço, como salas superlotadas, que chegam a comportar até 60 estudantes. “Vão se formar 120 alunos este ano e a demanda já é de 200 vagas para 2012”, informou.

A diretora da Escola Municipal Valério Ferreira Palhares, Adriana Oliveira Corrêa, lembrou que a cessão de espaço, que deveria ser provisória, já dura oito anos. “Precisamos que o Estado tome providências. As duas instituições estão sendo prejudicadas e não é isso que essa comunidade merece”, reivindicou.

Município e Estado podem se unir para solucionar problema

Reconhecendo o problema, a assistente técnica educacional da Secretaria de Estado de Educação, Carolina Santos Gessner de Castro, explicou que a construção de uma escola para o bairro já está no plano de obras do Estado. Na oportunidade, ela anunciou a possibilidade de ter a escola funcionando em dois anos, a partir da confirmação da doação de terreno adequado por parte da Prefeitura de Betim. O anúncio do prazo não foi bem recebido pela comunidade, que pediu medidas mais imediatas.

A secretária Municipal de Educação em Betim, Sandra Angélica Castro Gomes, anunciou que a Prefeitura está disposta a firmar parecerias com o poder estadual na tentativa de solucionar a questão o mais rápido possível, "embora o ensino médio seja responsabilidade do Governo de Minas". Uma das alternativas apresentadas é a construção, por parte da Prefeitura, de uma escola no bairro e, posteriormente, sua doação para o Estado. O Estado, por sua vez, faria o mesmo: construiria outra escola, em um bairro de Betim, e cederia ao município.

O autor do requerimento, o deputado Carlin Moura (PCdoB), questionou o fato de Secretaria de Estado da Educação ainda não ter o projeto do novo prédio da escola, já que o Município se comprometeu não só a executar a obra, como também a doar o terreno. O parlamentar cobrou do Governo a fixação de uma data imediata para início do empreendimento. “Se conseguimos construir a Linha Verde e o Centro Administrativo em tempo recorde, por que não fazemos o mesmo com essa escola?”, disse.

O deputado Bosco (PTdoB) informou que o Governo já teria previsto, em 2005, verba para edificação da escola em Betim, obra que ficaria a cargo da Prefeitura. No entanto, o município não conseguiu realizar a construção no prazo fixado, o que culminou na devolução dos recursos. “O Estado fez convênio com prefeitura, disponibilizou recursos naquela época, mas o município não conseguiu realizar a obra no prazo”, afirmou.

Na reunião, a comissão informou que irá solicitar audiência em caráter de urgência com a secretária de Estado da Educação, pedindo o estabelecimento de um novo convênio entre o Governo de Minas e a Prefeitura de Betim, com base nas discussões apresentadas. O objetivo é, ainda, acertar prazos para dar início às obras da escola.

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