Moradores de Roças Novas pedem policiamento na comunidade
Em audiência pública, a reclamação geral foi com o aumento da violência, sobretudo nos finais de semana.
22/11/2011 - 12:40A falta de policiamento tem aumentado a sensação de insegurança entre moradores de Roças Novas, distrito de Caeté (Região Metropolitana de Belo Horizonte). Essa foi a principal reclamação apresentada nesta terça-feira (22/11/11) em audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada na comunidade.
O posto policial que existe no local não conta com nenhum profissional. O policiamento é feito apenas quando há chamadas dos moradores ou em rondas eventuais promovidas pelo destacamento da sede do município. De acordo com o morador Geraldo Vale, na falta de policiais, muitas vezes é preciso levar o infrator até o município de Santa Luzia para lavrar ocorrência.
Até o dia 17 de novembro, foram registrados oito roubos e 17 furtos e 9 arrombamentos em Roças Novas, que tem apenas 2,1 mil habitantes. Os dados, apresentados pelo subcomandante da 15ª Companhia Independente, tenente Sadelson Cleber, apontam para uma redução da criminalidade na comparação com o mesmo período de 2010, quando foram registrados 7 roubos, 2 homicídios, 22 furtos e 10 arrombamentos. Crimes não violentos (brigas, ameaças, etc.) cairam de 105 para 67. “O que falta é sensação de segurança”, avaliou o oficial. Ele reforçou que os dados se referem apenas às ocorrências registradas e admitiu que muitos casos podem não chegar ao conhecimento da polícia.
Tenente Cleber admitiu que o efetivo da Polícia Militar é pequeno e se comprometeu a promover mais rondas na localidade. Segundo o subcomandante, a companhia conta com 33 policiais para atender a uma população aproximada de 42 mil habitantes.
Já na Polícia Civil de Caeté trabalham 7 policiais, um delegado e um escrivão, conforme o titular da Delegacia do município, Bruno Gonçalves Affonso. Ele também reclamou das dificuldades e explicou que embora o número de marginais na região seja pequeno em proporção à população, os incômodos que eles provocam são grandes. Affonso sugeriu que a população trabalhe em parceria com as duas polícias, denunciando os delinquentes e os problemas detectados. “Investigação é informação e ninguém melhor para informar do que os que moram aqui”, afirmou.
O deputado Célio Moreira (PSDB), autor do requerimento da reunião, reclamou do número escasso de policiais e com o abandono do posto que precisa também de reformas. Ele reclamou que com a criação da companhia independente a expectativa era de ampliação do efetivo. “Mas ocorreu o contrário. Um absurdo, a população aumentou e o efetivo diminuiu”, denunciou. O deputado sugeriu que os policiais circulem mais pelo distrito e que surjam de surpresa para conseguir flagrar os marginais.
O comandante do 7º Pelotão da PM de Caeté, sargento Adilson Pereira da Conceição, afirmou que a corporação contava com 64 policiais há 20 anos, quando chegava a fazer a segurança até de casamentos. “Mas nem por isso a segurança era maior”, ponderou.
Este ano, o número de homens reduziu de 50 para 33, mas o trabalho implantado por ele passou a ser mais próximo do Ministério Público, da Polícia Civil e da comunidade para prevenir os crimes. “É importante, também, o comprometimento do policial”, considerou.
Finais de semana – Situada numa região montanhosa, com paisagem exuberante e clima muito agradável, Roças Novas atrai sitiantes e turistas, sobretudo, nos finais de semana. Conforme o comerciante Weligton Viana Oliveira, a população chega a triplicar com os visitantes, o que aumenta ainda mais a insegurança entre os moradores.
Todos que se pronunciaram durante a audiência reclamaram do excesso de barulho de carros que invadem a localidade. Os veículos também provocam tumulto no trânsito, o que não é comum aos moradores. “Antes minha janela ficava constantemente aberta; hoje já não posso mais”, lamentou a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Dulce Maria Guimarães. Weligton Oliveira adverte para a demora no atendimento pela polícia, que chega a levar 30 minutos para chegar à comunidade.
Sargento Pereira lembrou que a violência na comunidade ainda é bem menor que nos municípios vizinhos, mas admitiu que marginais de fora atuam na região. Ele sugeriu que a comunidade informe sempre que surgir um morador novo, para que seja feita uma investigação sobre o desconhecido.