Inaugurado em 2009 pela Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude, o projeto Saúde na Praça, vinculado ao programa Minas Olímpica, foi tema da audiência pública da Comissão de Esporte, Lazer e Juventude da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na tarde desta terça-feira (22/11/11). Em um ano e meio de funcionamento, o projeto chegou a ser implantado em 250 municípios, mas, apesar de bem sucedido, teve que ser encerrado devido a questões orçamentárias.

Lançado com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte Nacional e com o apoio de um conjunto de empresas, o Saúde na Praça chegou a contar com uma equipe multidisciplinar, contribuindo para divulgar a importância da prática esportiva como medida de promoção da saúde. Esgotados os recursos que permitiram o seu lançamento, o projeto ainda dispõe de condições para instalar equipamentos em mais 80 municípios, mas não tem mais como agregar o trabalho multiprofissional que o originou.

Foi o que explicou o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude, Rogério Aoki Romero, um dos convidados da audiência pública. Segundo ele, apesar de seu fim precoce, o projeto teve o mérito de divulgar junto à população a importância da atividade física para o bem-estar das pessoas, além de proporcionar espaços de lazer e convívio social para importantes segmentos da população, como idosos e jovens que, de outra forma, não teriam como usufruir desses benefícios. Hoje, conforme explicou, os municípios que perceberam a importância do projeto deram continuidade ao trabalho por meio das academias populares, ou academias ao ar livre, projetos também conhecidos como Ginástica para Todos.

Deputados destacam resultados positivos

Todos os deputados presentes à reunião foram unânimes em destacar os resultados positivos do projeto Saúde na Praça. O presidente da comissão, deputado Marques Abreu (PTB), lamentando o fim do projeto, admitiu que cabe aos parlamentares estudar formas de, oportunamente, pensar em como contribuir para sua reativação.

O vice-presidente, deputado Tadeu Martins Leite (PMDB), ressaltou o papel de projetos como esse na prevenção e combate às drogas. Segundo ele, uma das principais queixas das famílias e moradores de cidades do Norte do Estado, de onde é originário, diz respeito à falta de oportunidades de lazer e de convívio social para os jovens, o que, muitas vezes, acaba empurrando-os para as drogas. “Precisamos dar uma chance para que crianças e adolescentes encontrem futuro nos esportes e não nas drogas”, disse.

Fabiano Tolentino (PRTB) observou que, por intermédio de emendas parlamentares, conseguiu levar o projeto a Divinópolis e vários outros municípios da região, com resultados muito positivos. Antônio Carlos Arantes (PSC) também lembrou que, por meio de emendas parlamentares de sua autoria, foram criadas 50 academias ar livre, “melhorando a vida das pessoas”. “O Estado tem que dar prioridade à promoção da saúde preventiva e nós, deputados, temos que dar nossa contribuição”, disse.

Médico defende campanha conjunta com o Estado

O presidente da Sociedade Mineira de Medicina do Exercício e do Esporte, médico Ronaldo Lopes Cançado, defendeu a elaboração de uma campanha conjunta entre as associações médicas e o Governo do Estado, através das Secretarias de Saúde e de Esportes e da Juventude, com a finalidade de divulgar a importância da atividade física como medida de promoção à saúde.

Segundo ele, a entidade que preside chegou a formar uma comissão junto com representantes das duas Secretarias de Estado e de associações médicas, com o objetivo de elaborar um projeto dessa natureza, mas o trabalho não teve continuidade. Ele apelou aos deputados para que abracem essa causa junto ao governo, lembrando que o momento é propício, pois antecede os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.

Edilson Correa de Moura, diretor de Promoção à Saúde da Subsecretaria de Vigilância e Promoção à Saúde (SES), também destacou a importância das academias populares e de projetos como o Saúde na Praça como alternativa para afastar os jovens das drogas. Segundo ele, 84% dos municípios mineiros e 93% dos municípios brasileiros estão afetados pelo consumo de crack, envolvendo, sobretudo, a população jovem.

Ele criticou a “falta de sincronia e de planejamento do Governo Federal”, que teria repassado recursos diretamente para os municípios, para implantar academias ao ar livre, sem contato com o Governo do Estado e sem ouvir as demandas das populações locais. “As academias estão sendo montadas sem nenhum planejamento e não temos avaliação sobre sua eficácia nesses municípios”, lamentou, defendendo um trabalho conjunto entre as três esferas de governo.

Para-panamericano - Durante a audiência pública, o presidente da comissão, deputado Marques Abreu, elogiou o desempenho dos atletas brasileiros nos Jogos Para-Panamericanos, no México. Lembrou que o Brasil foi o primeiro colocado na competição, com 30 medalhas a mais que o segundo colocado, os Estados Unidos. Ele parabenizou toda a equipe nacional e, em particular, os 12 atletas da delegação mineira, citados nominalmente.

Confira resultado da reunião