Projeto Nova Metrópole vai descentralizar serviços em BH
Ação faz parte da Rede de Ciência, Tecnologia e Inovação e chamou atenção em audiência do PPAG nesta quarta (9).
09/11/2011 - 14:52Na audiência pública do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2012-2015 que discutiu a Rede de Ciência, Tecnologia e Informação, nesta quarta-feira (9/11/11), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foram apresentadas três propostas para alteração do plano. Elas ainda serão analisadas pelas comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária. As propostas pertinentes serão transformadas em propostas de emenda ao PL 2.520/11 que contém o PPAG.
A mais relevante delas veio da ONG Centro Vida Independente e propõe a criação de um programa de aproveitamento de alimentos, utilizando a estrutura dos 84 centros vocacionais tecnológicos já existentes no Estado. Proposta semelhante havia sido apresentada também no Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade, concluído no mês de outubro.
O ponto alto da audiência foram os debates. Os participantes discutiram vários aspectos da rede, cujo investimento total previsto para o ano que vem é de R$ 28,6 milhões. Alguns dos projetos, como o Nova Metrópole, despertaram o interesse e a curiosidade dos presentes. Entre outras intervenções para solucionar os principais problemas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), está o projeto intitulado “Novas Centralidades”, que pretente criar outros centros de concentração de serviços, além do centro da Capital.
Seriam três novos pontos: um na Região Norte, próximo a Santa Luzia e Vespasiano; um próximo a Betim e outro na Região Sul, próximo a Nova Lima. A descentralização do centro ajudaria a desafogar o trânsito nos horários de pico, resolvendo alguns dos problemas da mobilidade urbana na região.
O representante da Federação dos Servidores Públicos em Minas Gerais, Silvério do Prado, chegou a propor que os canteiros centrais das principais avenidas da cidade sejam utilizados para instalação do metrô de superfície. Já um dos representantes do Conselho de Segurança Comunitário (Conseg) de Belo Horizonte, Élcio Pereira, que tem um terreno em Vespasiano, já está preocupado com o novo fluxo de carros e pessoas em direção à região. “O governo e a prefeitura informarão a população sobre as mudanças?”, questionou.
A audiência foi conduzida pelo presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, deputado Bosco (PTdoB), e também teve a participação do deputado Carlin Moura (PC do B). Carlin ponderou que a forma como está estruturado o PPAG deste ano exige um esforço de compreensão maior, para saber o que é ou não pertinente a uma determinada área.
Qualidade do ensino médio também preocupa participantes
Entre os objetivos da Rede de Ciência, Tecnologia e Inovação está o desenvolvimento de parques tecnológicos e incubadoras e a atração de investimentos externos para os setores de tecnologia, conforme informou o gerente do projeto, Vicente José Gamarano. Algumas cidades como Viçosa, Lavras e Itajubá, que possuem universidade com cursos na área tecnológica, já fazem parte do projeto.
Vários participantes da audiência ressaltaram a necessidade de haver uma ação integrada entre a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e a Secretaria de Estado da Educação (SEE). O professor e assessor da Câmara Municipal de Sete Lagoas, Ângelo Gonçalves, alertou para o que chamou de “péssimo nível” de conhecimento dos alunos que estão saindo do ensino médio atualmente. “Não adianta abrir novos cursos superiores ou técnicos, se a maioria dos jovens que vem do segundo grau não tem condições de aproveitar isso”, disse ele.
O deputado Bosco lembrou que cerca de 41% dos jovens que concluem o ensino médio não continuam os estudos e, como não têm qualificação, também acabam ficando fora do mercado de trabalho. Ele defendeu alterações no currículo de ensino médio, agregando novos conhecimentos e matérias mais técnicas. “Isto para que o jovem que não for para a faculdade tenha ao menos alguma formação, alguma condição de ser aproveitado pelo mercado”, concluiu.