Ordem e Progresso destinará vagas remanescentes à sociedade
Decisão foi acordada em visita da Comissão de Educação à escola, nesta segunda-feira (31)
31/10/2011 - 18:26A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais solicitou à Escola Estadual Ordem e Progresso, localizada no bairro Nova Gameleira, em Belo Horizonte, que amplie a oferta de vagas para a sociedade em geral. A escola acolhe prioritariamente filhos e dependentes de policiais civis de Minas Gerais. O pedido foi feito pelos deputados Bosco (PTdoB), Paulo Lamac (PT), Carlin Moura (PCdoB) e Liza Prado (PSB), em visita realizada nesta segunda-feira (31/10/11) à instituição.
Considerado uma das melhores escolas públicas do Estado, o colégio Ordem e Progresso tem atendido à legislação, que estipula oferta mínima de 10% das vagas para a comunidade externa, conforme informou a diretora Marisa de Oliveira Costa. Mesmo dizendo que a instituição está operando acima da capacidade, ela se comprometeu a aproveitar as vagas remanescentes que não forem preenchidas por filhos de policiais civis para a seleção externa de alunos, desde que resguardada reserva mínima para o público atendido prioritariamente pela escola.
Conforme destacou o deputado Bosco, a medida contribuirá para evitar o fechamento de turmas em virtude do não preenchimento das vagas. Atualmente, os dependentes de policiais ocupam 60% das vagas no turno da manhã, 64% no turno da tarde e 18% à noite. Segundo a diretora, a movimentação é maior durante o dia. “As turmas já estão com 40 alunos, cinco a mais do que o recomendado. Além de não haver espaço, a ampliação comprometeria a qualidade do nosso ensino, que é referência”, destacou. No noturno, entretanto, há duas salas fechadas por falta de demanda, já que muitos pais consideram a região perigosa à noite. Para solucionar o problema, a diretora informou que solicitou reforço no policiamento e a criação de um cargo de diretor para o período noturno.
Na oportunidade, a deputada Liza Prado sugeriu maior publicidade ao edital de seleção da escola, que é divulgado no site da Academia de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Acadepol) e na portaria do colégio. Carlin Moura lembrou que a instituição é bastante procurada em virtude da qualidade do ensino e também de sua localização, já que está próxima a escolas que também são referência, como o Cefet-MG e o Colégio Tiradentes. Já o deputado Paulo Lamac questionou a não ocupação, por parte da comunidade externa, das vagas que não são preenchidas por filhos de policiais civis. “Esse tipo de reserva não era política do Ordem e Progresso”, frisou.
Há dois anos à frente da instituição, Marisa Costa explicou que anteriormente sobravam vagas para atender à comunidade. No entanto, em 2008, quando a escola obteve o primeiro lugar na avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a procura aumentou e hoje já não é possível mais atender nem mesmo os policiais civis.
O diretor do Instituto de Criminologia da Polícia Civil, delegado Jorge Wagner Ribeiro, presente à reunião, afirmou que eles estão seguindo o acordo firmado com a Secretaria de Estado da Educação. “Na época de elaboração do edital de seleção de 2012, aguardamos recomendações, mas ainda não fomos notificados. Se os pedidos chegarem em tempo hábil, sem prejudicar o candidato e as instituições envolvidas, vamos nos empenhar para realizar as alterações”, prometeu. Ele também sugeriu à Comissão de Educação que recomende aos dirigentes do Colégio Tiradentes, que atende prioritariamente filhos de policiais militares, a abertura de vagas no turno da noite, com oferta para a comunidade externa.