Convidados falam sobre a possibilidade de mudança do local para construção da ETE

Estudo pode alterar local de ETE em São Gonçalo do Abaeté

Obra seria feita em parte da área de tradicional clube da região e traria desconforto e mal cheiro à população

25/10/2011 - 13:06

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pretende ir a São Gonçalo do Abaeté (Noroeste), para avaliar a possibilidade de mudança do local de construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do município. A visita foi aprovada em requerimento dos deputados Célio Moreira (PSDB) e Vanderlei Miranda (PMDB), durante a audiência pública desta terça-feira (25/10/11), que debateu o tema.

De acordo com o deputado Vanderlei Miranda, que solicitou a reunião, o bairro Beira Rio, onde seria feita a ETE e está localizado o Clube dos Piraquaras, realiza uma importante contribuição à preservação do meio ambiente, uma vez que conta com extensa área verde e lagoas naturais. O parlamentar acredita que o local não seria o mais indicado para a construção da estação, tendo em vista que o mal cheiro provocaria desconforto aos moradores e frequentadores do clube. “Sou totalmente favorável à construção da ETE, mas ninguém deseja, na porta de suas casas, presídios, cemitérios e estações de esgoto”, afirmou.

O tesoureiro do Clube dos Piraquaras, Benjamin Alves Rabello Filho, reforçou as palavras do deputado e lembra que, apesar de ser a favor da ETE no município, teria sido pego de surpresa com o fato de a obra ser feita em parte das dependências do clube. Em sua fala, ele lembrou que apenas um quinto da área é construída, sendo o restante de preservação ambiental. “Fizemos um levantamento da região e há outros pontos que em a estação pode ser construída sem, com isso, prejudicar a população e o meio ambiente”, alertou.

Prefeitura defende projeto e se diz aberta ao diálogo

O prefeito de São Gonçalo do Abaeté, Fabiano Magela Lucas de Carvalho, afirmou que a construção da ETE é uma luta antiga do município e vai trazer benefícios à região. Segundo ele, o projeto foi enviado à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em 2009 e agora o Governo Federal pede uma semana para que o trabalho seja cadastrado. “Uma reunião amanhã vai definir se nossa cidade será contemplada agora. Estamos abertos a definir uma outra área, mas não podemos perder este recurso da União”, disse.

Ainda em sua fala, o gestor lembrou que o projeto foi baseado em um levantamento da área e que o local previsto seria o mais viável econômica e ambientalmente. “A mudança pode trazer um aumento representativo no custo da obra”, completou.

Agilidade - O coordenador de Projeto de Divisão de Expansão Oeste da Copasa e responsável pelo projeto de construção da ETE em São Gonçalo do Abaeté, João Eduardo Dellatorres, destacou que está aberto à realização de novo estudo do local, mas alerta para a necessidade de que o trabalho seja ágil. Para ele, caso haja atraso nesta definição, o recurso federal pode ficar comprometido. “Não é possível definir o impacto financeiro da mudança, mas o cadastramento do projeto deve ser feito até o dia 28 de outubro”, salientou.

O representante da Copasa disse, também, que o mal cheiro não será problema para os modadores e sócios do clube, tendo em vista que o projeto prevê tecnologia de combate ao odor provocado pelo esgoto a ser tratado.

Área pode ser mudada no licenciamento ambiental

O deputado Sávio Souza Cruz (PMDB) lembrou que a definição do local de qualquer construção que cause impacto ao meio ambiente é condição para que a obra receba o licenciamento ambiental. Desta forma, o parlamentar acredita que a alteração da ETE poderá ser feita durante este processo. “É preciso garantir o recurso do Governo Federal. Depois, no licenciamento, a área será definida”, colocou.

O deputados Célio Moreira e Vanderlei Miranda insistiram no fato de que a população pode ser prejudicada com a ETE onde ela está prevista hoje, mas defendem a obra e a captação de recursos da União.

Ao final, a deputada Luzia Ferreira (PPS), também apoiou a estação, por entender que o tratamento do esgoto é uma questão sanitária e ambiental, uma vez que impacta os moradores da região e das cidades que ficam na extensão do Rio São Francisco, onde o esgoto é depositado. “Espero que ETE seja feita e a comunidade seja a maior beneficiada”, concluiu.

Além de discutir o tema, a comissão também aprovou várias proposições. Consulte o resultado completo da reunião