No próximo mês de novembro, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais deverá realizar um seminário para discutir soluções para os problemas urbanísticos e viários da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi dada pelo deputado Paulo Lamac (PT), coordenador da Frente Parlamentar da Engenharia, Arquitetura, Agronomia e Urbanismo da Assembleia, reinstalada na noite desta terça-feira (18/10/11). A frente, que também funcionou na legislatura passada, tem como objetivo impulsionar e valorizar essas áreas técnicas, consideradas fundamentais para o desenvolvimento do país.

A solenidade de reinstalação foi realizada no Salão Nobre, com a presença de autoridades, engenheiros, arquitetos, agrônomos e urbanistas. Na abertura do evento, o deputado Paulo Lamac lembrou que essas profissões sofreram o impacto da estagnação econômica pela qual o país passou nas últimas décadas. Mas alertou que, com a recuperação econômica, o momento é altamente favorável, até para profissionais que já estavam aposentados.

O diretor da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Camilo Fraga Reis, considerou apropriado o tema do primeiro seminário proposto pela Frente. Segundo ele, mais da metade da população brasileira já vive em regiões metropolitanas, todas com problemas graves a serem solucionados.

Na opinião da presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Maria Tereza Pires, o trabalho dos arquitetos e engenheiros foi desprestigiado nos últimos 40 anos no Brasil. “O cenário atual é favorável, mas temos um passivo ambiental urbano que se tornou um enorme desafio”, afirmou. “Agora temos que ajudar a sanear favelas, construir novos bairros, despauperizar cidades”, disse Maria Tereza.

O vice-presidente do Crea-MG, Aurélio José Lara, também presente à solenidade, considerou que o trabalho da Frente Parlamentar pode ajudar a viabilizar a execução de políticas públicas essenciais para o desenvolvimento de Minas Gerais.

Milhares de novas vagas para engenheiros

O deputado Paulo Lamac afirmou que existem hoje 6 mil engenheiros estrangeiros trabalhando no Brasil e disse que a abertura de novos cursos de graduação nas áreas tecnológicas será muito bem vinda. “Na USP, na última década, aumentou em 244% a procura pelas engenharias”, salientou. Para o deputado, somente a exploração do pré-sal representa milhares de novas vagas todos os meses.

Já o vice-presidente da Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos, alertou para a necessidade de se reestruturar as engenharias no Brasil: “Perdemos muitos cérebros para outros países nas últimas décadas. Se não revertermos isso, continuaremos a importar mão-de-obra qualificada!”, lamentou.

O secretário municipal de Obras de Belo Horizonte, Murilo Valadares, defendeu a rediscussão sobre as responsabilidades dos engenheiros e disse que o profissional contemporâneo deve ter uma formação muito mais ampla do que no passado. “Hoje o engenheiro que vai fazer uma obra pública tem que ser capaz de discutir mobilidade urbana e remoção, por exemplo”. Esses deverão ser alguns dos temas em discussão durante o seminário, afirmou o deputado Paulo Lamac.