Mulheres defendem, em conferência, sociedade mais igual

Representantes do poder público e da sociedade civil participaram da abertura da III Conferência Estadual das Mulheres

17/10/2011 - 13:02

A luta contra a violência, a busca pela erradicação da pobreza, o aumento da representação política e o desejo de uma sociedade mais igualitária foram os temas destacados na abertura da III Conferência Estadual de Política para as Mulheres – uma questão de Direitos Humanos, realizada pelo Governo do Estado com o apoio técnico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O evento, que ocorreu na manhã desta segunda-feira (17/10/11), no Centro de Convenções do Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte, contou com a presença de representantes dos governos federal, estadual, da sociedade civil organizada e do Parlamento mineiro.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Wander Borges, afirmou que a igualdade de direitos é uma das principais bandeiras de Minas Gerais, principalmente no que se refere à erradicação da pobreza e à luta pela defesa dos direitos da mulher. Ele ressaltou que há uma preocupação com o avanço da violência contra as mulheres, especialmente as negras, idosas e deficientes. “É preciso que se dê um basta nessa situação. Nosso desafio maior é acabar com a violência que começa no seio familiar”, salientou.

A secretária de Estado da Casa Civil, Maria Coeli Simões, disse trazer o apoio do governador Antonio Anastasia ao movimento, e chamou a atenção para a importância da elaboração de políticas públicas que garantam os direitos das mulheres no Estado e no Brasil. “A III Conferência Nacional, que acontece em dezembro, em Brasília, será o momento para se fazer um balanço da situação da mulher no País, assim como elaborar políticas que melhorem essa realidade”, disse. Ela destacou que existem, atualmente, três revoluções em curso que envolvem as mulheres: a contraceptiva, a sexual e a da participação no mercado de trabalho. “Temos que tratar essas questões com cuidado, afinal, elas vão impactar diretamente a elaboração de políticas para o futuro”, concluiu.

Violência - A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, destacou que será feito ainda este ano, no Congresso Nacional, um debate sobre a violência contra a mulher. Iriny Lopes citou, também, a importância dos debates sobre o crescimento da representação política da mulher, e o significado da presidente da República Dilma Rousseff no processo, a capacidade de gestão das mulheres em todos os segmentos da economia, e a ocupação definitiva do mercado de trabalho pelas mulheres.

Movimentos pedem maior interlocução com o poder público

A presidente do Conselho Estadual da Mulher, Carmen Rocha, e a representante dos movimentos sociais, Maria Izabel Siqueira, destacaram o desejo de uma sociedade pautada no diálogo, na tolerância e na igualdade de direitos entre as pessoas. Em sua participação, elas lembraram que a conferência das mulheres é o momento para que o Estado e as entidades sociais ampliem sua interlocução em busca desses objetivos.

A coordenadora especial de Políticas Públicas das Mulheres de Minas Gerais, Eliana Riola, fez um balanço das conferências municipais, que mobilizaram milhares de pessoas em cidades de todas as macrorregiões do Estado, e destacou a importância do enfrentamento da violência contra a mulher, que passa pela erradicação da extrema pobreza.

Ela reafirmou que um dos objetivos da conferência é discutir e elaborar políticas para construção da igualdade, a partir dos eixos do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Esse plano tem como perspectiva o fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres e a contribuição para a erradicação da pobreza extrema e para o exercício pleno da cidadania das mulheres, em Minas e no Brasil.

Outros objetivos da III Conferência Estadual são elaborar diretrizes para políticas públicas para as mulheres no Estado, de forma a subsidiar a elaboração do Plano Estadual sobre esse tema; e eleger delegadas e delegados que representarão Minas Gerais na III Conferência Nacional.

Deputadas pedem mais união entre as mulheres

A deputada Maria Tereza Lara (PT) fez uma convocação a todas as participantes para que se unam pelo objetivo de enfrentar o desafio de administrar a área social do Estado. “Temos que participar de todas as decisões e debates”, afirmou. A deputada Luzia Ferreira (PPS) lembrou que é preciso lutar para que o poder seja mais compartilhado entre homens e mulheres. Segundo ela, é necessária maior presença no mercado de trabalho, nas escolas superiores e nos centros de decisão. “Continuamos sub-representadas por um sistema eleitoral que nos exclui, e temos que inverter esse processo. Muito já foi conquistado, mas ainda há muito a ser feito para que a sociedade seja mais igualitária”, alertou.

A deputada Rosângela Reis (PV) lembrou que o momento político é ímpar, uma vez que o Brasil tem uma presidente e ministras e gestoras ocupando cargos de primeiro escalão em setores importantes. Para ela, a representação das mulheres aumentou, mas pode ser ainda maior com a união e o envolvimento de todas.

A deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) disse, ainda, que os movimentos sociais são a força maior dos debates. De acordo com ela, a pauta e os desafios são extensos, mas um, em especial, deve ser debatido: a inclusão da mulher na economia.

A conferência segue até quarta-feira (19). A programação pode ser acessada aqui