ALMG lança Frente Parlamentar de Promoção da Igualdade
Racial
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais terá, a
partir de agora, mais um mecanismo para combater o racismo no
Estado. A Frente Parlamentar de Promoção da Igualdade Racial foi
lançada nesta quinta-feira (22/9/11), em solenidade no Salão Nobre,
com a presença de autoridades dos três níveis de governo e de
representantes de várias entidades ligadas à temática racial. O
deputado Paulo Lamac (PT) será o coordenador da frente, e a deputada
Maria Tereza Lara (PT), que solicitou a criação do grupo, será a
vice.
Maria Tereza Lara relembrou a luta pela igualdade
racial e as ações já desenvolvidas pela Assembleia, desde a primeira
frente parlamentar com essa temática, em 2005. No ano seguinte, a
deputada foi a coordenadora do grupo. "Nós, brancos, temos uma
dívida social para com os negros e temos que resgatá-la", afirmou.
Paulo Lamac ressaltou que a frente terá o desafio
de agregar esforços em prol não só da causa negra, mas de ciganos,
indígenas, palestinos e outros. "O Brasil é um País que tem racismo,
mas não tem racistas", disse, citando pesquisa da Fundação Perseu
Abramo, na qual 84% dos entrevistados reconhecem que há racismo no
Brasil, mas apenas 4% admitem que têm algum tipo de racismo. Para
ele, esse sentimento velado é mais difícil de ser combatido.
Também presente à solenidade, o deputado André
Quintão (PT) lembrou que todos os indicadores sociais do Brasil
confirmam que o fosso social no País está vinculado à questão
racial. "Basta olhar quem são os presos, quem está na miséria",
disse. Por essa razão, segundo o deputado, promover a igualdade
racial é promover oportunidade para todos.
Estado e União manifestam apoio à causa
O secretário de Estado de Desenvolvimento Social,
deputado Wander Borges, e a assessora da Secretaria Executiva de
Assuntos Federativos da Secretaria de Políticas Publicas de Promoção
da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República, Maria do
Carmo Ferreira da Silva, compareceram ao lançamento da frente.
Borges citou o histórico de luta dos negros em Sabará, onde foi
prefeito, e pregou a retomada de valores básicos como o respeito e a
tolerância. "Avançamos no marco legal para uma maior igualdade, mas
absurdos continuam a acontecer", frisou.
Já Maria do Carmo informou que há política de
promoção da igualdade racial nas 27 unidades da federação, o que
derruba o mito de que os negros estão concentrados em apenas algumas
regiões do País. "Temos cinco secretarias de Estado de Promoção da
Igualdade Racial, na Bahia, no Maranhão, no Amapá, em Goiás e no
Distrito Federal", enumerou. Ela também anunciou a realização, em
Minas, de um seminário integrado sobre o tema, envolvendo 85
prefeituras mineiras que aderiram ao Fórum Intergovernamental de
Políticas de Igualdade Racial.
Sugestão - A pedido da
Seppir, Maria do Carmo sugeriu que a Frente Parlamentar da
Assembleia faça o levantamento de leis e projetos do Estado que
tratem da temática racial, para balizar ações dos governos e da
sociedade civil. Já Denise Pacheco, coordenadora de Promoção da
Igualdade Racial de Belo Horizonte, sugeriu que a Casa crie o
feriado em Minas no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
"Minas é um dos poucos que não decretou feriado", criticou. Segundo
ela, os negros já são 51% no País e deixaram de ser minoria.
Alexandre Braga, presidente da União de Negros Pela
Igualdade (Unegro), convidou para o Encontro Metropolitano das
Mulheres Negras, que será realizado nesta sexta (23), às 13 horas,
na Cidade Administrativa. Também compuseram a mesa da solenidade o
presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial
(Conepir/MG), Ronaldo Antônio Pereira da Silva, e as coordenadoras
de Promoção da Igualdade Racial de Betim, Ofélia Hilario, e
Contagem, Adalete Paxeco.
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