Escola Ordem e Progresso não terá turno da noite encerrado

A realização de audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Ge...

21/09/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Escola Ordem e Progresso não terá turno da noite encerrado

A realização de audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (21/9/11), pôs fim a dúvidas sobre a possibilidade de encerramento das atividades escolares do turno da noite na Escola Estadual Ordem e Progresso, localizada no bairro Gameleira, em Belo Horizonte. Representantes da direção da escola e da Secretaria de Estado de Educação asseguraram, durante a reunião, que o turno da noite será mantido e que o encerramento das atividades noturnas nunca foi sequer cogitado.

Presidida pelo deputado Bosco (PTdoB), presidente da comissão, e convocada a requerimento dos deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Paulo Lamac (PT), a reunião tinha por objetivo apurar denúncia de fechamento do turno da noite naquela escola, conforme chegou a circular nos meios de comunicação, após manifestação realizada por alunos, no dia 26 de agosto. Durante a audiência, contudo, a diretora da escola, professora Mariza de Oliveira Costa, afirmou que tudo não passou de "bochicho".

Da mesma forma, a representante da Secretaria, Audrey Regina Carvalho Oliveira, superintendente do Desenvolvimento de Ensino Médio, garantiu que a Secretaria não tem e nunca teve nenhuma intenção de acabar com o turno da noite. Ao contrário, disse, a idéia é, no próximo ano, completar as vagas hoje existentes no período noturno.

Denúncia - A notícia de que a escola poderia encerrar as atividades pedagógicas noturnas foi divulgada no dia 26 de agosto, uma sexta-feira, quando alunos e professores foram para a rua manifestar-se publicamente contra informações que, segundo eles, teriam sido passadas por membros ligados à direção da escola. Na ocasião, o deputado Paulo Lamac, que também é membro da Comissão de Direitos Humanos, após receber denúncias de que estudantes estariam sendo reprimidos por policiais militares, compareceu ao local, onde chegou a conversar com os manifestantes, e constatou que as denúncias de repressão policial não procediam. Entretanto, segundo o parlamentar, alguns professores mostraram-se receosos, pois alegaram estar recebendo ameaças veladas de demissão caso insistissem em se manifestar.

Lamac tentou, também, ouvir a direção da escola, mas não conseguiu, porque os responsáveis não estavam presentes naquele momento e não havia atividade pedagógica. Na audiência pública, o deputado Sargento Rodrigues também mencionou que professores denunciaram terem sido ameaçados, o que foi negado pela diretora. Sargento Rodrigues informou, também, ter recebido uma moção de repúdio contra o fechamento do período escolar noturno, assinada por professores e pais de alunos. Ele defendeu com vigor a manutenção do turno da noite, afirmando que "fechar um turno escolar é caminhar na contramão". O parlamentar saudou os alunos, professores e pais de alunos que ocuparam a galeria do Plenarinho III, afirmando que os manifestantes davam "uma aula de cidadania" e lembrando que o texto constitucional considera o direito à educação uma das necessidades básicas de crianças e adolescentes e um dever da família e do Estado.

O presidente da comissão, deputado Bosco, também saudou o corpo docente da escola, bem como os alunos e pais e mães de alunos presentes.

Escola apresenta ótimos índices de avaliação

Além de estar ligada à Secretaria de Educação, a Escola Estadual Ordem e Progresso tem vínculo com a Academia de Polícia Civil de Minas Gerais, pois foi concebida para acolher, prioritariamente, filhos e dependentes de policiais civis do Estado. Com 1.421 alunos, a instituição, considerada uma das melhoras escolas públicas de Minas Gerais, tem 60% de suas vagas destinadas a dependentes de policiais civis, no turno da manhã, 64% no turno da tarde e 18% à noite. Por lei, esse percentual pode chegar a até 90%, em cada turno. O restante das vagas é distribuído às comunidades da região. Conforme Audrey Oliveira, a escola ostenta ótimos índices de avaliação internos e externos. A instituição conta com 15 salas de aula, sala de informática e laboratório.

Deputado não pôde entrar na escola

O deputado Sargento Rodrigues mostrou-se indignado pelo fato de seu colega Paulo Lamac não ter tido acesso ao prédio da escola, quando de sua ida à instituição, em 26 de agosto. Na ocasião, o inspetor da escola, Willian Schettini Mafaldo, não permitiu o ingresso do deputado, alegando que a responsável pela escola não estava presente e que não havia atividade pedagógica, naquele momento. Por causa disso, solicitou que Lamac retornasse na segunda-feira para conversar com a diretora. Na opinião de Sargento Rodrigues, contudo, a medida exige uma reparação, já que o deputado Lamac estava em pleno exercício parlamentar e, nessas condições, a lei lhe confere o direito de entrar em qualquer órgão público. Por isso, o deputado Sargento Rodrigues solicitou providências urgentes ao representante da Academia de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, delegado-geral José Wagner Ribeiro Barbosa, diretor do Instituto de Criminologia, presente à reunião.

O deputado Paulo Lamac, contudo, alegou que o inspetor Schettini, embora não tenha permitido que o parlamentar entrasse na escola, o tratou com respeito e educação. Além disso, na sua opinião, o mais importante seria buscar uma resposta rápida para a denúncia de fechamento do período noturno da escola. O inspetor, por sua vez, afirmou, em sua defesa, que não permitiu o ingresso do deputado no prédio porque a diretora não estava e, naquele momento, não havia atividade pedagógica, mas só de vigilância. Além disso, afirmou, devido à manifestação, temia pelo patrimônio da escola, pelo qual é o responsável.

Audiência - Na audiência, além dos deputados, da diretora e do inspetor da escola, e do representante da Polícia Civil, também foram convidados a se pronunciar alunos, professores e pais e mães de alunos. Todos, ao final, saíram satisfeitos com a informação da Secretaria de que o turno da noite não será fechado. Falando em nome de pais e mães de alunos, Sandra Lúcia Oliveira afirmou que não haveria necessidade de montar uma estrutura de audiência pública na Assembleia, se a direção da escola tivesse se antecipado e reunido a comunidade escolar para desfazer os boatos. Os deputados Bosco e Paulo Lamac, entretanto, destacaram a importância da audiência, que, segundo eles, serviu para "esclarecer os fatos " e "elucidar posições".

Presenças - Deputados Bosco (PTdoB), presidente, Paulo Lamac (PT) e Sargento Rodrigues (PDT).

 

 

 

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