Enfermeira diz estar sendo perseguida após denunciar irregularidade

De denunciante a acusada. A enfermeira Fabiana Rocha Marques, ex-funcionária do clube Jaraguá Country, em Belo Horizo...

21/09/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Enfermeira diz estar sendo perseguida após denunciar irregularidade

De denunciante a acusada. A enfermeira Fabiana Rocha Marques, ex-funcionária do clube Jaraguá Country, em Belo Horizonte, esteve nesta quarta-feira (21/9/11) diante da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para dizer que foi vítima de uma armação após denunciar o exercício ilegal da profissão de enfermeiro praticado naquele clube.

Ela contou que foi admitida em julho de 2008 e algum tempo depois constatou que seu chefe, Orlando Correa Rabelo Filho, não possui diploma de enfermagem. Ao questionar essa situação, Fabiana teria sido ameaçada pelo seu superior, que teria argumentado que ele era amigo do presidente do clube e que se ela "abrisse a boca", iria sofrer as consequências. Segundo Fabiana, Orlando disse que ela estava no clube apenas para burlar a lei perante o Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren/MG).

A enfermeira relatou que enviou vários e-mails ao presidente do Jaraguá, na época Luiz Vasconcelos, pedindo que a situação fosse regularizada, mas acabou sendo demitida em abril de 2009. Depois disso, disse ela, o próprio Coren/MG a processou sob alegação de que a enfermeira foi omissa e conivente com uma situação irregular. Mas uma fiscalização no clube realizada em 2006, antes mesmo que Fabiana fosse admitida, constatou que Orlando Correa já trabalhava ali como enfermeiro. Ou seja, já tinha conhecimento dos fatos.

Segundo a fiscal do Coren/MG que realizou aquela visita, Clesne Maria da Silveira, todos os procedimentos legais foram tomados: o clube foi notificado para regularizar a situação em 30 dias. Porém, de acordo com Fabiana, só um ano e meio depois é que um enfermeiro, identificado como Austin Saraiva, foi contratado pelo Jaraguá. E mesmo assim Orlando teria se mantido como chefe da enfermagem.

Deputado vê perseguição a denunciante

O presidente da Comissão, deputado Durval Ângelo (PT), achou estranho o fato de Austin não ter sido processado também pelo Coren/MG por omissão e conivência. "Não houve tratamento isonômico", disse ele, completando que essa situação por si só configura um indício de perseguição. "O rigor do Conselho contra Fabiana não se aplicou a outros profissionais", afirmou.

Fabiana disse ainda que foi procurada pelo Coren/MG com a proposta de que ela desistisse da denúncia, mas recusou. Sobre esse ponto da questão, a presidente do Conselho, Telma Ramalho Mendes, justificou que, quando uma denúncia é feita por um profissional de enfermagem, o caminho buscado é o da conciliação. "Temos tido bons resultados com esse procedimento", disse ela. Questionada pelo deputado, ela reconheceu que um caso de exercício ilegal da profissão não é uma denúncia compatível com conciliação.

A advogada do Coren/MG, Daniela Vargas, ponderou que, apesar de haver indícios de irregularidades cometidos pela enfermeira, não se pode afirmar nada até a conclusão do processo judicial. "Durante os dez meses em que Fabiana trabalhou no Jaraguá, ela assinou vários documentos confirmando que a situação no clube estava regularizada", disse Daniela.

Fabiana garantiu que toda a documentação, contendo suas denúncias, que entregou ao Coren/MG, foi enviada também ao Conselho Federal de Enfermagem. Mas, segundo ela, o presidente daquele órgão nunca respondeu nem tomou qualquer providência em relação a isso.

Entre os vários requerimentos aprovados na reunião, todos de autoria de Durval Ângelo, está o envio das notas taquigráficas da audiência para diversos órgãos, entre eles a Corregedoria da Polícia Civil, a Polícia Federal e o próprio Conselho Federal de Enfermagem.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Paulo Lamac (PT), vice; e Luiz Carlos Miranda (PDT). Participaram também o advogado de Fabiana, Eduardo Delli Pereira, a vice-presidente do Coren/MG, Maria Girlene Martins, e o membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG, José Aparecido Gonçalves.

 

 

 

 

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