Política remuneratória da Educação está pronta para o Plenário

O Projeto de Lei (PL) 2.355/11, do governador do Estado, que dispõe sobre o aperfeiçoamento na política remuneratória...

15/09/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Política remuneratória da Educação está pronta para o Plenário

O Projeto de Lei (PL) 2.355/11, do governador do Estado, que dispõe sobre o aperfeiçoamento na política remuneratória por subsídios das carreiras do Grupo de Atividades da Educação Básica e das carreiras do pessoal da Polícia Militar está pronto para a análise do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 1º turno. Na manhã desta quinta-feira (15/9/11), a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou o parecer favorável ao projeto com as emendas nºs 1 e 2 da Comissão de Constituição e Justiça, e rejeitou as propostas de emenda nºs 1 e 2 apresentadas na reunião. O relator da matéria foi o deputado Zé Maia (PSDB).

O PL 2.355/11 estabelece que o vencimento básico dos servidores da educação não poderá ser inferior ao piso salarial nacional da categoria. Para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais, esse valor mínimo é de R$ 712,78, para professores com nível médio de ensino. O projeto mantém dois sistemas de remuneração para os servidores: por vencimento básico, que tem assegurado o pagamento do piso conforme determinou o Supremo Tribunal Federal, e por subsídio, no qual o servidor abre mão de quinquênios e gratificações.

Para aqueles que optarem pela remuneração por subsídio, é garantido reajuste salarial de 5%. O PL 2.355/11 também garante a esses servidores reposicionamento na carreira conforme o tempo de serviço. Esse novo posicionamento considerará não apenas o vencimento do servidor, mas também o tempo de efetivo exercício no cargo, e será feito de forma escalonada, de 2012 a 2015.

O projeto ainda estabelece reajuste para diretores, vice-diretores, secretários e coordenadores de escolas. Além disso, assegura aos diretores que ocupam dois cargos de magistério a possibilidade de evolução na carreira com relação a ambos os cargos efetivos e a contagem de tempo para aposentadoria sem arcar com os custos da contribuição patronal.

A emenda nº 1 faz uma correção formal no texto, sem alterar o seu conteúdo. Já a emenda nº 2 deixa claro que a gratificação dos coordenadores, de 10% do vencimento básico dos professores para cada turma da escola, observará o limite máximo de quatro turmas.

Propostas de emenda - Foram rejeitadas as propostas de emenda nºs 1 e 2, apresentadas na reunião. A de nº 1, de autoria do deputado Sargento Rodrigues (PDT), tinha o objetivo de estender o reajuste escalonado concedido aos policiais aos servidores administrativos e professores da Polícia Militar. A segunda proposta de emenda, do deputado Ulysses Gomes (PT), tinha o objetivo de assegurar "proporcionalidade entre os demais valores das tabelas" do plano de carreira dos servidores da educação.

Oposição alega contradição nos dados financeiros

A principal crítica dos deputados da oposição ao projeto diz respeito à progressão na carreira. Segundo eles, os professores que optarem pelo regime de remuneração por vencimento básico ficarão com a evolução na carreira prejudicada. Além disso, os parlamentares consideram que os números referentes ao impacto financeiro da proposição são conflitantes.

De acordo com deputado Ulysses Gomes, os dados do impacto ao cofres do Estado apresentado pela Secretaria de Educação não refletem a realidade. "Queremos ter acesso aos estudos feitos pelo Governo para que o debate seja aprofundado. Os números estão confusos", cobrou. Ainda em sua fala, o parlamentar discordou da matéria publicada pelo jornal Estado de Minas desta quinta-feira (15), que traz depoimentos de professores que consideram a greve política. "A carreira está sendo prejudicada e os servidores buscam apenas o cumprimento da lei", afirmou.

O deputado Rogério Correia (PT) fez coro às palavras do colega, e disse que o Estado está congelando a carreira dos servidores da Educação e não está disposto a dialogar. Para ele, o projeto não atende à vontade dos grevistas e vem sendo aprovado nas comissões de forma truculenta. "A justificativa de que não há dinheiro para pagar o piso não convence, tendo em vista que, hoje, o que é gasto para o pagamento da folha dos educadores é referente a apenas 41% do limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal", alertou.

Rogério Correia lembrou, também, que o custeio da Educação vem caindo há cinco anos. "Há uma economia no pagamento de servidores. Uma greve de 100 dias, aliás, demonstra a incompetência do Executivo em administrar Minas Gerais", reforçou. O deputado apresentou um requerimento para que o projeto seja debatido na Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG.

Publicidade - O deputado Sávio Souza Cruz (PMDB) disse que o governador Antônio Anastasia assumiu o que ele chamou de "Estado de exceção", em que o gasto com publicidade é alto, há censura da imprensa e o Ministério Público favorece apenas aos interesses do Poder Executivo. Para ele, é preciso que se resgate o diálogo entre servidores e Governo.

Base do Governo defende evolução nos debates

O deputado Gustavo Valadares (DEM) acredita que o PL 2.355/11 corrige distorções na chamada Lei do Subsídio e traz melhorias aos servidores da Educação. A opinião dele é compartilhada pelo deputado Bosco (PTdoB). Para ele, ao contrário do que alegam os deputados do bloco de oposição, o diálogo tem acontecido e a Assembleia está votando as políticas públicas com responsabilidade. "Sabemos que o projeto não atende plenamente os pleitos dos educadores, mas é preciso reconhecer que houve avanços para a categoria", disse.

O deputado Zé Maia (PSDB) lembrou que antes das gestões Aécio Neves e Anastasia, os servidores da Educação ficaram 12 anos sem reajuste de salário, e que, só nos últimos dois anos, foram aplicados R$ 2 bilhões em melhorias para a categoria.

Ao final, o deputado Gustavo Corrêa (DEM) questionou os dados apresentados pelos deputados de oposição, assim como o número de grevistas. "Tenho ouvido depoimentos que contrariam o fato de que a maioria dos professores estão paralisados", afirmou.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Gustavo Perrella (PDT); João Vítor Xavier (PRP); Ulysses Gomes (PT); Gustavo Corrêa (DEM); Rogério Correia (PT); Tiago Ulisses (PV); Bosco (PTdoB); Gustavo Valadares (DEM); Sávio Souza Cruz (PMDB); Bonifácio Mourão (PSDB); Duarte Bechir (PMN); Carlos Henrique (PRB); e Hely Tarquínio (PV).

 

 

 

 

 

 

 

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