Comissão quer apurar assassinatos de crianças em tribos indígenas

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais quer apurar a suspeita de assassinatos e ma...

13/09/2011 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão quer apurar assassinatos de crianças em tribos indígenas

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais quer apurar a suspeita de assassinatos e maus tratos de crianças em tribos indígenas mineiras e brasileiras. O presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), recebeu denúncia de espancamento de uma criança maxacali de 1 ano e 10 meses que está internada na ala infantil do Hospital João XXIII com sinais de espancamento e que estaria sob risco de ser enterrada viva, caso retorne para a aldeia.

Em função da denúncia, a comissão aprovou cinco requerimentos solicitando providências de autoridades policiais e do Ministério Público Estadual e Federal para apurar o suposto crime, que teria sido cometido em Bertópolis (Jequitinhonha/Mucuri), e assegurar a integridade da criança. Um dos requerimentos, enviado para a Câmara dos Deputados, solicita urgência na votação de projeto de lei que criminaliza o infanticídio (assassinato de criança) indígena. Outro foi encaminhado para a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e para a Fundação Nacional do Índio (Funai) pedindo informações sobre a existência de outros casos em Minas Gerais.

A acusação da tentativa de homicídio contra a criança maxacali foi apresentada, por e-mail, para o deputado João Leite por uma pediatra plantonista do hospital. Segundo ela, a criança foi internada no dia 5 de setembro, vinda da Casa de Saúde Indígena (Casai) de Governador Valadares, com febre prolongada, após um quadro de encefalite virótica. O acompanhante da criança teria informado que ela estava na Casai desde o nascimento, mas teria retornado para a tribo em junho e fora espancada pelos próprios pais.

O relatório da transferência da criança para Belo Horizonte não menciona o espancamento, mas, segundo a médica, os exames de tomografia computadorizada do cérebro evidenciam hematomas, e as radiografias mostram luxação dos ombros e quadris. A criança apresenta sequelas neurológicas gravíssimas e irreversíveis. E, conforme relato do acompanhante, antes de voltar para a tribo ela era tranquila e se desenvolvia normalmente. Ele teria dito, também, que a criança pode ser enterrada viva caso retorne para a aldeia. O garoto é gêmeo e tem uma deficiência no pé, o que teria motivado a decisão do assassinato.

João Leite visitou o menino nesta segunda-feira (12), logo após receber a mensagem eletrônica, e afirmou ter ficado chocado com suas condições. "Ele chora o tempo todo, está com a cabeça volumosa e os ombros deslocados", narrou. A deputada Maria Tereza Lara (PT) também se mostrou indignada com a situação e defendeu uma ação com as tribos para mudar essa cultura, considerada por ela "primitiva e inaceitável".

Outros casos - A mensagem enviada para o deputado João Leite encaminha informações obtidas com a organização não governamental (ONG) Atini, que defende crianças e protege mães que têm filhos ameaçados de morte. A ONG revela que, recentemente, recebeu informações de infanticídio em 27 tribos brasileiras. O texto mostra descrença de que o assunto seja resolvido e sugere à médica que busque instituições policiais e a imprensa para proteger o indiozinho mineiro.

Presenças - Deputados João Leite (PSDB), presidente, e Cássio Soares (PRTB) e deputada Maria Tereza Lara (PT), vice-presidente.

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715