Hemocentro em Ipatinga aguarda autorização da Saúde
Presidente da Fundação Hemominas disse que já há estudo para construção de unidade no município
29/09/2011 - 12:30A presidente da Fundação Hemominas, Júnia Guimarães Mourão Cioffi, anunciou que já existe um estudo técnico para a construção de um hemocentro da cidade de Ipatinga (Vale do Aço), mas que ainda não foi aprovado pela Secretaria de Estado de Saúde. A informação foi dada na audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta quinta-feira (29/9/11), na Câmara Municipal da cidade. A reunião, que teve o objetivo de debater a implementação de uma unidade de banco e transfusão de sangue na região, aconteceu a requerimento da deputada Rosângela Reis (PV).
De acordo com Júnia Cioffi, a implantação do hemocentro em Ipatinga está em negociação. Ela explica que foram feitas visitas para avaliar áreas para a construção; elaborado um plano de trabalho; feito um levantamento de recursos humanos; desenvolvido um programa arquitetônico e feita a previsão de recursos financeiros. "O trabalho foi encaminhado à Secretaria de Estado de Saúde para avaliação, mas ainda não tivemos retorno quanto à proposta", disse.
Passo a passo - Em sua fala, a presidente da Hemominas explicou que, após a aprovação do estudo pela Secretaria, deverá ser cumprida uma agenda de trabalho que passa pela elaboração de um convênio de cooperação mútua entre as instituições governamentais; definição das atividades a serem executadas na unidade para a elaboração do programa de necessidades; disponibilização de recursos financeiros para a construção do hemocentro; elaboração de cronograma de atividades; criação de cargos para o atendimento na unidade; viabilização do projeto arquitetônico; contratação de projetos de engenharia; aquisição de equipamentos técnicos; seleção de recursos humanos; e cessão e capacitação de funcionários para o atendimento.
"A previsão orçamentária é de cerca de R$ 9 milhões para a construção da unidade em Ipatinga. Nossos desafios são manter o estoque de sangue e garantir os recursos humanos para o funcionamento e a ampliação do atendimento hemoterápico na região", disse.
Números - Júnia lembrou, também, que a Fundação Hemominas conta com 23 unidades no Estado - que produzem cerca de 770 mil bolsas de sangue por mês -, tem mais de 340 mil doadores e é responsável por 90% das transfusões do Estado. Em 2010, foram feitas mais de 400 mil transfusões e, no caso do Vale do Aço, foram fornecidas mais de 2 mil bolsas de sangue este ano, "mas os pacientes de alta complexidade ainda têm que ser atendidos nos hemocentros de Governador Valadares e Belo Horizonte", lamentou.
Deputada sugere mobilização para garantir recursos no plano plurianual
A deputada Rosângela Reis destacou que foram feitas reuniões na Secretaria de Saúde quando foi exposta a urgência na implantação de um banco de sangue no Vale do Aço. Ela lembrou que a Usiminas vai disponibilizar o terreno para a construção do hemocentro, mas ponderou que é preciso avançar nas negociações para que sejam definidos quando e como será construída a unidade. "A necessidade existe há muito tempo. O hemofílicos, por exemplo, têm que ir a Governador Valadares e a Belo Horizonte para fazer as transfusões de sangue. Os casos de vítimas de acidente também não contam com estrutura para atendimento nos casos de perda de sangue", alertou.
Para a parlamentar, a ação deve contar com a força conjunta de autoridades e sociedade. "É preciso trabalharmos com o Orçamento Estadual e com o Plano Plurianual de Ação Governamental, que serão discutidos este ano na Assembleia. Só assim podermos garantir os recursos necessários para o hemocentro de Ipatinga", concluiu.
O deputado Hely Tarquínio (PV) fez coro às palavras da colega, ao dizer que Ipatinga tem cerca de 240 mil habitantes, por isso precisa com urgência ter implantado um hemocentro próprio.
Autoridades e especialistas defendem urgência na implantação da unidade
O prefeito de Ipatinga, Robson Gomes da Silva, afirmou que quer consolidar a construção do hemocentro, uma vez que a estrutura não é suficiente para as necessidades da cidade. Para ele, é preciso somar esforços para realizar o que chama de antigo sonho da cidade.
O diretor executivo da Fundação São Francisco Xavier, Luís Márcio Araújo Ramos, destacou que a região tem ganhado complexidade assistencial. Segundo ele, existem cerca de 900 leitos no sistema de saúde da cidade, mas um hemocentro daria melhor infraestrutura para as transfusões, que apresentam uma demanda crescente.
O diretor do Hospital Márcio Cunha, José Carlos de Carvalho Gallinari, lembrou que o estabelecimento consegue fazer o atendimento mínimo, mas ainda não tem a estrutura para toda a demanda da região. "Ipatinga já merece, há muito tempo, uma unidade do Hemominas. Precisamos de apoio do poder público e dos parceiros privados, como a Usiminas", cobrou.
O superintendente Regional de Saúde, Anchieta Poggiali, reforçou que a luta pelo hemocentro é antiga e já dura cerca de duas décadas. Para ele, há sensibilidade dos médicos, empresas e população.
Ao final, o gerente de Urbanismo da Usiminas, Danilo Ruback Cascardo, garantiu apoio da empresa no projeto, com a doação do terreno. Para ele, o crescimento da corporação está ligado ao da cidade, por isso o hemocentro é urgente para que o atendimento de saúde à população seja feito com qualidade e eficiência.
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