Após intermediação da ALMG, professores suspendem greve
Com a reabertura das negociações junto ao Governo do Estado, professores suspenderam a paralisação, que durou 112 dias.
27/09/2011 - 23:40Os servidores estaduais da Educação, em assembleia concluída às 23h30 desta terça-feira (27/9/11), decidiram suspender a greve da categoria, após 112 dias de paralisação. O motivo foi a reabertura de negociações com o Governo do Estado, após a intermediação de deputados da oposição e da base governista. Com a decisão, um grupo de servidores que havia ocupado o Plenário da ALMG na segunda-feira (26) deixou o local. Também chegou ao fim a greve de fome que dois professores faziam havia oito dias.
O dia foi de intensas negociações dos deputados com representantes do Governo e do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE). Pela manhã, o líder do Governo na ALMG, deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), e parlamentares da oposição reuniram-se com o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, para apresentar demandas dos grevistas. Após ouvir as propostas, o secretário colocou a posição do Governo, que foi apresentada pelos deputados à coordenadora-geral do Sind-UTE, em nova reunião, à tarde. No início da noite, ela transmitiu a proposta apresentada por Danilo de Castro aos servidores reunidos na assembleia.
Além de Luiz Humberto Carneiro, participaram das reuniões os deputados Rogério Correia (PT), Antônio Júlio (PMDB), Pompílio Canavez (PT), Carlin Moura (PCdoB), Adalclever Lopes (PMDB), Elismar Prado (PT) e André Quintão (PT).
Comissão vai analisar novas propostas
Na assembleia à noite, Beatriz Cerqueira apresentou um documento resultante das conversas realizadas ao longo do dia, com os pontos negociados. O primeiro é a assinatura de um termo pelo secretário Danilo de Castro e pelo Sind-UTE, com o compromisso de acatar o que for decidido entre as partes. A negociação das novas propostas pelo Governo ficou condicionada à suspensão do movimento grevista.
Quanto ao piso salarial dos professores, a coordenadora do sindicato disse que o Governo reconheceu que a regra tem de ser aplicada para todas as carreiras da Educação, e não somente para os professores, e deve ser proporcional ao longo do tempo. Os detalhes sobre a aplicação da regra serão discutidos numa comissão tripartite, a ser formada ainda esta semana, com a participação de deputados, representantes do Governo e dirigentes do Sind-UTE.
O objetivo da comissão será aprimorar as tabelas das carreiras da educação, tanto para os trabalhadores enquadrados no regime do subsídio quanto para os que optarem pela remuneração por vencimento básico.
Sobre o Projeto de Lei (PL) 2.355/11, que revê a política remuneratória da Educação, o Governo concordou, segundo Beatriz Cerqueira, com a paralisação da tramitação da matéria.
Em relação às punições aos grevistas, o documento afirma que a aplicação de novas penalidades cessará. No que diz respeito à anistia aos profissionais já punidos, a coordenadora do Sind-UTE afirmou que o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), comprometeu-se a buscar a reversão de todas as sanções junto ao Governo.
Depois de apresentadas as propostas, a assembleia foi suspensa por cerca de três horas para que o comando de greve se reunisse. No retorno, a categoria votou a favor da suspensão da paralisação e do retorno às salas de aula na quinta-feira (29).