Governo do Estado apoia criação de salário mínimo
regional
O Governo do Estado apoia a criação do salário
mínimo regional. A informação é do secretário adjunto de Estado de
Trabalho e Emprego, Hélio Augusto Martins Rabelo, que participou,
nesta sexta-feira (26/8/11), do Ciclo de Debates Piso Salarial em
Minas Gerais. O evento, promovido pela Assembleia Legislativa de
Minas Gerais, marcou o recebimento oficial de um projeto de lei de
iniciativa popular propondo um salário mínimo estadual.
"O governo não vai ficar omisso nesta questão.
Queremos fazer o melhor projeto de piso salarial do Brasil", afirmou
o secretário adjunto. Segundo Hélio Rabelo, o vice-governador
Alberto Pinto Coelho é o interlocutor do Estado com o movimento
sindical. De acordo com ele, será feito um diagnóstico dos impactos
da criação do piso regional, para saber quem será prejudicado com
sua implantação.
Para o diretor da Federação da Agricultura do
Estado de Minas Gerais (Faemg), Marcos de Abreu e Silva, os
produtores rurais não temem a adoção do piso salarial regional. "Não
temos medo de elevar a renda dos cidadãos, que são o mercado para
quem produz alimentos. Queremos que todo o segmento econômico se
desenvolva com harmonia", afirmou.
Ele ponderou, no entanto, que o setor agrícola é
formado por segmentos com variados graus de dependência de mão de
obra, que serão impactados de forma diferenciada com a elevação dos
salários. E destacou que, nos últimos seis anos, o custo da mão de
obra na agricultura aumentou 93%, enquanto os preços pagos aos
produtores rurais cresceram apenas 52%.
O presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil
(CTB-MG), Gilson Luiz Reis, citou números que evidenciam o bom
desempenho da economia mineira em todos os setores, para justificar
que o Estado tem condições de arcar com os custos do salário mínimo
regional. Ele lembrou que Minas Gerais representa o terceiro maior
PIB do País, mas fica em 11o lugar no ranking dos
salários pagos aos trabalhadores.
"Não há justificativa para não se implementar o
piso regional em Minas. Dizer que a pobreza no Jequitinhonha
inviabiliza o piso não é verdade", afirmou. Segundo Gilson Reis, em
estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, que já criaram seus
salários mínimos, também há grande diversidade regional. Ele ainda
defendeu a adoção do salário mínimo regional como instrumento de
combate à miséria.
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